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A RAPARIGA APANHADA NA TEIA DE ARANHA

A teia Millennium

Desde o filme de David Fincher Os Homens que Odeiam as Mulheres (2012) que os fãs da saga Millennium esperam pela sequela. E eis que ela chega: passando à frente dois livros, e com adaptação de um novo livro escrito por outro autor, David Lagencrantz, e realizado com mais ação do que nunca pelo cineasta uruguaio Fede Alvarez.

Rooney Mara é indubitavelmente o rosto de Lisbeth. A norte-americana marca a personagem até mesmo mais do que a atriz sueca, Noomi Rapace, que interpreta esta destemida e misteriosa mulher nos primeiros filmes que receberam a adaptação cinematográfica. É facto que a caracterização e a mestria de David Fincher também contribuem para tal, mas Rooney apresenta uma interpretação muito mais curiosa e perturbadora. E para aqueles que vêm este novo filme com a memória da película realizada em 2012 fica com uma estranha sensação, inicialmente, ao ver outra atriz a interpretar o papel. Embora que Claire Foy, vencedora de um Globo de Ouro pela série The Crown, também consiga enquadrar-se.

A diferença de idades entre Lisbeth e Mikael não é tão notória neste último filme como nos anteriores e também não vemos cenas tão íntimas entre os dois. Há sim um reencontro que nos remete para o filme correspondente ao primeiro livro e que, de certa forma, justifica a ausência de filmes entre o de 2012 e este último. Contudo é um reencontro distante, como se a atração entre eles se tivesse esvanecido. Aqui não há espaço para cenas de nus e de tortura tão explícitas. O mistério e a crueza que esse tipo de abordagem costumava impor é aqui substituído por cenas de ação e pelo contraste de cores. Sentimos mais adrenalina, mas menos curiosidade porque somos “apanhados” pelas cores e pelos cenários. E era a falta de pudor nas cenas de intimidade e de tortura que tornava as aventuras de Lisbeth mais peculiares. Aliado à estética, temos ainda a escolha do guarda-roupa onde é claro o contraste entre o preto e o vermelho, bastante presente nas imagens de divulgação.

The Girl in the spider’s web é sem dúvida um filme marcado pela ação – com um enredo e interpretações consistentes – e pela diversidade, uma vez que junta profissionais de vários países. Esta nova história de investigação que envolve a hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist revela o passado tenebroso da protagonista e coloca-a em conflito com alguém que ela não esperava reencontrar. Este remexer no passado da protagonista torna o enredo menos imprevisível. Ainda assim, para aqueles que gostam de uma boa história e de muita ação têm aqui um filme imperdível!

 



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