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“Aquorea – Inspira” de M.G.Ferrey

Um mundo desconhecido. Uma profecia

Aquorea — Inspira, de M.G. Ferrey (Nuvem de Tinta, 2021), é uma delícia, desde o primeiro gole. Um mergulho certeiro numa aventura maravilhosa, que envolve o leitor nas suas águas límpidas e cálidas.

Das últimas vezes que conversámos ao telefone, ele falou-me por enigmas e disse-me que estaria à minha espera no mundo real dos sonhos. Ele sabia que viria ter com ele.

Este é o primeiro livro, e certamente não será o último, da autora M. G. Ferrey, licenciada em Psicologia Clínica e pós-graduada em Jornalismo na LSJ, Londres. Aquorea — Inspira é um misto de fantasia e romance, rico em descrições e emoções, com personagens com os quais um se pode identificar, num mundo secreto e mágico, que decerto muitos gostariam de conhecer.

Uma leitura fluída e apelativa, que mantém o leitor cativo, ao longo das suas 560 páginas, numa corrente vaivém, onde uma profecia pode ser encarada como uma espada de dois gumes.

Dois jovens ligados inexplicavelmente por uma ligação muito intensa e forte. Uma ligação que atravessa dois mundos tão diferentes como duas gotas de água, mas sentimentos tão iguais e reais que ultrapassam qualquer fronteira.

A água torna-se mais densa, escura, e uma sensação de calma toma conta de mim. A humidade gelada inunda-me os pulmões e eu sei exatamente o que me espera. Avô, vou ter contigo!, é a última coisa que penso antes de me entregar ao meu destino.

Arabela Rosialt sempre se sentiu como um peixe fora de água, como se não pertencesse ao seu mundo.

Sim, amava a sua família e o seu melhor amigo Colt, mas algo nela parecia incompleto. Como se tal não bastasse, sonhava frequentemente com uns olhos azuis que perturbavam todo o seu ser.

Fecho os olhos e faço um esforço para recordar este último sonho, tão vívido. São os olhos de sempre, a única imagem recorrente. Uns olhos que ora me olham com desejo, ora com fúria, e me chamam continuamente para viver aventuras.

Quando o avô desaparece e supostamente se suicida, Ara, acompanhada da família, segue rumo ao Brasil para se despedirem, mas um acidente faz com que Ara caia à água e desapareça nas profundezas.

Quando recobra os sentidos, está num lugar desconhecido e, ao mesmo tempo, tão familiar. Um lugar que mais parece saído de um sonho, e alguém conhecido está ali, ao seu lado.

Lutando entre a racionalidade e o que obviamente decorre diante dos seus olhos incrédulos, Ara vê-se lançada para um mundo novo sem dó nem piedade.

Há um mundo desconhecido, por baixo da superfície da Terra há milhares de anos, e eu vim cá parar sem saber porquê. Mas esta loucura tem de ter uma explicação lógica. São perguntas para as quais eu vou, com toda a certeza, obter respostas.

Neste mundo vai surpreender-se com as moradias fora do normal, a sociedade de Aquorea, e as pessoas que a rodeiam.

Ara terá, rapidamente, de se adaptar à sua nova realidade entre Protetores, Mediadores, Cultivadores, Permutadores, Curadores, Pescadores e Tecelões, entre outros.

Impressionada, e ainda um pouco incrédula, em relação ao local aonde se encontra, Ara depara-se com alguém que conhece, um ser que a visita nos sonhos.

Kai Shore é o proprietário de uns olhos azuis penetrantes e inesquecíveis. Mas os olhos que tanto a seduziam nos seus sonhos, pertencem a um jovem que parece descontente com a sua presença. Serão esses realmente os seus sentimentos em relação à Ara?

Rosialt, cuidado!
Ouço este grito abafado, à distância, quase como um sussurro. É a voz de Kai. Mesmo estando de costas viradas, ouço um zumbido na minha direção. E como se tivesse olhos na nuca, viro-me e sei instintivamente o que fazer.

Ara, que queria passar despercebida, vê-se no centro das intenções. Porém, as coisas não são um mar de rosas e nem todos apreciam a sua chegada. Uns querem que se vá embora, outros desejam que fique.

Rodeada de vários novos amigos, entre eles Isla, Beau, Mira, Petra, Gensay e Sofia, Ara entrega-se à sua nova vida, ainda que momentaneamente; porém, os Albas ameaçam a calma de Aquorea e atacam os seus habitantes sem dó nem piedade.

Os Albas estão em vantagem numérica e encontram-se no seu elemento. Sem dúvida, isso ser-lhes-á de grande utilidade. É a primeira vez que vou entrar numa luta a sério. Melhor, uma guerra, porque vou para matar ou morrer. Estou com medo, muito medo. Não vou negá-lo. Mas também nunca me senti tão viva, tão completa.

Cada vez mais entrosada na sua vida em Aquorea, Ara vai ver-se confrontada com várias escolhas dolorosas. Com o peso da profecia sob a sua cabeça, que decisão irá Ara tomar? Ficará para cumprir o seu destino ou voltará para a sua família?

– Continua a lutar por Aquorea, Ara. Kia kaha (…)

Aquorea — Inspira, de M.G.Ferrey, conquista pelo todo. Navegamos por um mundo de fantasia, um romance telepático, uma aventura perigosa e uma profecia que pode mudar tudo. Aquorea é um mundo, onde se entra, mas já não se quer sair.



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