“Concerto Barroco” | Alejo Carpentier
O melhor do carnaval está em Veneza
Para os foliões mais viajados, não restam dúvidas. O Brasil pode ter o carnaval mais espectacular, tanto em termos de volume de ruído – ou música, se preferirem – como de nudez descarada mas, se dermos primazia ao secretismo, à elegância e à arte do disfarce, o melhor será ir até Veneza, de preferência com acesso VIP a um espectacular baile de máscaras.
“Concerto Barroco” (Antígona, 2013), da autoria de Alejo Carpentier (1904-1980) é, mais do que um romance, um exercício de escrita floreado, que combina o seu virtuosismo de musicólogo com laivos de realismo mágico – Alejo é considerado o seu percussor.
O livro conta a viagem aventureira de um aristocrata mexicano e do seu criado Filomento que, cruzando o Oceano Atlântico, se dirigem à cidade de Veneza em pleno Carnaval. Aqui, vai ter lugar um prodigioso que juntará, no mesmo palco, Louis Armstrong, Scarlatti e Handel, Vivaldi e a sua orquestra de pupilas musicóflas, os fantasmas de Wagner e de Stravinski.
Percorrendo a linha temporal e as sonoridades nela impressas, “Concerto Barroco” viaja entre o Velho e o Novo Mundo, entre cultura e história, resultando, nas palavras do próprio autor, como a «suma teológica» da sua carreira. Para quem gosta de perfumes intensos, este livro é uma pérola.
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