Concerto de Azevedo Silva em Barcelos

Monja Mihara (2012), quarto disco de originais de Azevedo Silva, co-editado pelas estreantes, ABSURDO. e The Pentagon Recordings tem apresentação marcada para o próximo dia 1 de Junho na ZOOM Associação Cultural às 17h00 no Salão Nobre da Câmara Municipal de Barcelos.

Monja Mihara (2012) é um disco feminino. Influenciado pela ideia de reclusão da vida monástica, bem como uma luta de feminismo, é motivado por um espírito de resistência, luta e protesto das Monjas Tibetanas. Há na base deste disco uma vontade de transpor barreiras psicológicas e físicas, bem como a sensação de que ainda existem demasiadas contradições no mundo moderno. Mihara é o elemento fogo que faz a ligação às imolações trágicas dessas Monjas. Este é um disco que coexiste com o pico das revoltas da Primavera Árabe—esse momento histórico tornou-se indissociável da criação artística agora partilhada por Azevedo Silva.

Depois do EP CLARABÓIA (2006), TARTARUGA (2007), AUTISTA (2008), AO VIVO NA SOCIEDADE (2009) e CARROSSEL (2010) e de mais de uma centena de concertos, será difícil escrever uma história sobre canções em português sem referir Azevedo Silva. De espírito introspectivo e com uma consciência não só social mas também política, Azevedo Silva apresenta em cada canção uma reflexão muito pessoal de variados temas. A mensagem, lúcida mas discreta, é desvendada naquilo a que os brasileiros chamaram de Fado Indie.

A portugalidade é uma natural expressão, na voz e no vocabulário. Nas letras e na guitarra. Zeca Afonso, aqui sabe-se isso, não partiu sem deixar legado. Azevedo Silva, herdou a consciência, embora adaptada a uma realidade contemporânea, urbana, precária. Porque a condição pode ser uma luta constante e ainda há muito a perder.



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