Kiss & Megadeth @ Estádio Mário Wilson (10-7-2018)
Velhos são os trapos
Um cartaz com dois pesos-pesados do metal, num local inusitado, nas vésperas de um festival com um dos melhores cartazes dos últimos anos. A noite prometia, tanto para os fãs de uma e outra banda, como para os que apenas fizeram o aquecimento para o main event do fim de semana, outros para fazer registo curricular de já ter visto Kiss.
Antes de mais, e acerca do famigerado processo de entrada e das longas e serpenteantes filas para entrar no recinto, é importante referir a lição de civismo que todos deram face a um cenário de caos e riot quase justificável. Por muito menos, já se viu muito mais. Salvou-se o número de bares disponíveis.
No relvado de Oeiras, ainda com sol, vimos muitos sorrisos nas caras. Várias gerações juntas para ver duas bandas ícones nos seus estilos, vestidos (e alguns pintados) a rigor; algumas camisolas deveriam datar do último concerto de Kiss em Portugal, back in ´83.
Da segunda metade do concerto de Megadeth a que pudemos assistir destacamos a solidez da banda em todos os temas. A voz de Dave Mustaine não destoa da solidez da banda, que cumpre com rigor enquanto passeia pelo palco.
Um final apoteótico com «Holly Wars» e uma despedida elogiosa e sentida de Dave, em final de tour e preparação para novo álbum. Ficámos a ansiar que não demorem mais sete anos para os Megadeth voltarem a Portugal.
Com um horário rígido a cumprir, Kiss entraram em Palco directamente para atacar «Deuce» e «Shout out Loud», duas músicas da primeira fase da banda.
Para além da qualidade do som, que variava de música para música, o baixo de Simmons era a constante prova de vida em palco. Paul Stanley canta melhor do que fala e a Starchild que comunica com o público soa mais a avozinho. Como veteranos do Rock que são, conseguem esconder algumas lacunas com a experiência, e nisso, Paul Stanley é mestre. É puro.
Assistir a um concerto de Kiss é efectivamente uma experiência inesquecível. Todo o cenário, pirotecnia, as roupas, adereços, a língua de Simmons, guitarras flamejantes, Simmons a cantar junto ao “tecto” do palco, Stanley a fazer slide por cima do público, a língua de Simmons a cuspir sangue, tudo isto e muito mais ao som de uma banda afinada e certinha, com uma setlist para agradar a todos, mas que não chegou a pôr toda a plateia ao rubro durante muito tempo.
Excepções para «I was made for loving you», já no final, e para o encore, com «Detroit Rock City» e «Rock & Roll all nite», num apoteótico final, com uma chuva de “confettis amortalhados” que durou toda a música e que encerrou o concerto, numa imensa white party em todo o recinto.
Se os rumores de que preparam uma nova digressão de 3 anos já para 2019 se confirmarem, é possível que venhamos a ter os Kiss de novo em Portugal um destes dias.
Para quem gosta de Rock e de bons espectáculos, é ir.
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