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Meg Stuart – Violet

O inexplicável.

É Meg Stuart que diz que a peça que agora apresenta no Teatro Maria Matos, “Violet”, é uma peça livre e inexplicável, aquela que considera a sua primeira peça abstracta.

Durante cerca de hora e meia, cinco bailarinos procuram energias, forças para construírem, segundo a folha de sala, esculturas cinéticas.

Passados 15 minutos do espectáculo, pergunto-me se esta é uma nova forma de pensar a dança? Se Meg Stuart quer enveredar por outro caminho, experimentar, ou se pura e simplesmente estava pouco inspirada e obrigações contratuais a levaram a ter de estrear um espectáculo? À medida que os minutos passam (penosamente) inclino-me cada vez mais para a segunda opção… mas ainda assim procuro entender o transe que está a acontecer naquele palco. O som é ensurdecedor e os corpos em palco não procuram representar absolutamente nada, apenas são isso mesmo, corpos, o foco da acção. E ali estão… a esbracejar, a moverem-se, a caírem. Exaustos. Suados. Olho para a folha de sala uma e outra vez, a tentar encontrar uma pista… nada… ainda esboço um sorriso quando vejo na ficha artística que há uma cenógrafa (é uma parede preta gigante, que estar ali ou não estar…), uma figurinista (aquilo é roupa de trazer por casa) e alguém responsável pela dramaturgia… pelo quê???

E o espectáculo acaba e nada aconteceu. O público aplaude pouco entusiasta (há um ou outro que ainda grita e assobia)… Vou para o metro a pensar nos 18 euros que custam o bilhete e que tão melhor teriam sido aplicados numa pizza no Lucca (afinal de contas ali tão perto).



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