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MEO Kalorama 2024

O Kalorama continua a sedimentar uma identidade num espaço que ficou por ocupar nos festivais que acontecem na área da Grande Lisboa.

A edição de 2024 desdobrar-se-á por três palcos o MEO, o Panorama e o Lisboa. No palco Panorama poderemos contar com um programação com o único propósito de colocar a dançar, com a inclusão como força motriz. Já o palco Lisboa irá reunir nomes emergentes e que se consolidam, anos após ano, nacionais e internacionais. O foco principal estará no palco MEO, onde os nomes fortes irão marcar presença. Embora a desistência dos The Smile, por motivo de doença de Jonny Greenwood, seja uma perda difícil de colmatar, os restantes nomes que marcarão presença na Bela Vista estarão certamente à altura do desafio e exigência que o público exigirá.

Dia 29 de Agosto, Quinta-Feira.

Os intemporais Massive Attack trarão o trip-hop e Bristol à Bela Vista e irão dividir muito do protagonismo do dia com Sam Smith. Karin Dreijer, metade dos The Knife, trará o seu outro projecto, mui consciente e político, que dá pelo nome de Fever Ray. Beth Ditto ressuscitou os Gossip, 11 anos volvido sobre o final da banda, e num momento em que o seu activismo é mais pertinente do que nunca. os regressados Gossip. Peggy Gou é fundadora da Gudu, uma marca de design e de música, tendo ascendido do underground, com uma visão muito pessoal da música eletrónica que teremos o privilégio de vivenciar. Loyle Carner demonstrará – mais uma vez – porque motivo é um dos nomes mais sólidos do hip-hop britânica.

Mas há mais. Ana Lua Caiano mostrará – mais uma vez – porque motivo 2024 é o ano da sua afirmação absoluta, cá e além fronteiras. Felipe Catto, gaúcha residente na mega metrópole de São Paulo, demonstrará no Kalorama a razão pela qual é tida como um dos mais nomes mais importantes da sua geração. O soul norte-americano estará representado por Jalen Ngonda, num percurso que se iniciou por culpa da colecção de discos da Motown do pai, passou pela igreja onde tocava orgão e foi aperfeiçoado no Liverpool Institute for the Performing Arts. A criatividade nova-iorquino continua efervescente como os Monobloc com o seu “metropolispost-punk” e Vagabon, o nome de palco da cantadora e produtora autodidacta Laetitia Tampo, cujo álbum “Sorry I Haven’t Called” contou com o Rostam dos Vampire Weekend na produção, tratarão de mostrar.

A multifacetada nova Lisboa estará reflectida em Landzs, que nos chegará vindo de bem perto dali, de Chelas e por Muleca XIII, natural do Rio de Janeiro mas por cá há alguns anos. E tudo irá desaguar no Panorama onde Cheriii, Ketiov, Kiddy Smile e Yizhaq terão controlo absoluto sobre os nosso movimentos.

Dia 30 de Agosto, Sexta-Feira.

Vamos celebrar mais um regresso dos LCD Soundsystem. O senhor James Murphy vai-nos habituando a estes regressos e, verdade seja dita, uma oportunidade de ver a banda nova-iorquina ao vivo, pode e deve ser aproveitada. Os Jungles estarão de regresso, alguns meses após a consagração absoluta que viveram no Campo Pequeno. Os britânicos Ezra Collective trarão o seu jazz de fusão e os The Kills o rock, aplicado directamente por via intra-venosa e Jamie Hince e Alison Mosshart são especialistas nisso. Ben Gibbard será o elemento comum entre os Postal Service e os Death Cab For Cutie que celebrarão os aniversários de dois álbuns irónicos lançados no início do século.

Os Unsafe Space Garden são daquelas bandas que é difícil classificar, um “híbrido entre sitcom, live-session, concerto, videoclipe e animação”. Também de Portugal chega-nos Emmy Curl, com o mui celebrado “Pastoral” pronto para ser libertado nas colinas da Bela Vista. De Barcelos chegam-nos os Glockenwise com o seu punk pautado por uma melódica personalidade. Apadrinhado por Sam the Kid e a sua iniciativa Chelas é o Sítio, Vilson será o representante do dia; contem por isso com hip hop.

Pese embora o Brexit e as dificuldades que colocou nos músicos e bandas das ilhas britânicas, é do UK que continuam a chegar alguma da mais empolgante e interessante música que vai aparecendo por aí? Os Nation of Language estarão de regresso para demonstrar o porquê de “Strange Disciple” ter sido considerado um dos melhores álbuns e 2023. Olivia Dean é mais um daqueles casos que começa a dar que falar e na Bela Vista terá lugar o último concerto de uma digressão que teve o seu ponto alto em Glastonbury. De Leeds têm surgido várias propostas interessantes. Os English Teacher são um quarteto – de Leeds(!) – onde as guitarras falam mais alto, devidamente alicerçadas num indie pop rematado no registo mui spoken word da vocalista Lily Fontaine.

No Panorama, CC:Disco!, Cormac, Merve e Noia, estarão encarregues de nos dar a perspectiva certa.

Día 31 de Agosto, Sábado.

O último dia de certame poderá não parecer tão apelativo como os dois anteriores, mas uma observação mais atenta revela que não é bem assim. Comecemos por dois nomes que em comum têm apenas a nacionalidade. Falamos dos Soulwax dos irmãos David and Stephen Dewaele e dos dEUS do incontornável e já adoptivo lusitano Tom Barman. Yves Tumor será desconcertante porque de outra forma não faria qualquer sentido. Os Yard Act (mais um nome de Leeds – não é por acaso!!), que passaram pelo LAV recentemente, tratarão de colocar o pessoal a dançar, tal como Burna Boy, embora este trate de recorrer a uma inspirada fusão de dancehall, hip hop, R&B e afrobeat. Raye é daquelas figuras omnipresentes, tal o alcance do seu trabalho, sempre de forma subtil mas segura, compondo para nomes como John Legend, Ellie Goulding, Diplo ou Beyonce.

Por vezes a próxima descoberta pode estar no palco ali mesmo ao lado. Os Bandalhos Chinos são rock das pampas e Moonchild Sanelly vem de latitudes idênticas, mas do continente ao lado. Os Overmono são tudo aquilo que conseguirem enfiar num saco; os irmãos Ed e Tom Russell têm agitado o clubbing nas terras de Carlos III e vão mostrar no Kalorama o porquê. Luiza Lian integra a editora Risco, responsável por dar a conhecer nomes como O Terno, Tim Bernardes ou Ana Frango Elétrico; se isto não é suficiente para despertar a curiosidade, não sei o que mais precisarão. E depois disto tudo se ainda continuam à procura do vosso próximo artista favorito, talvez seja a Fabiana Palladino aquilo que procuram. O álbum de estreia, homónimo, por sinal apanhou muitos de surpresa, pelas melhores razões.

A essência da “Casa Guilhermina” de Ana Moura é, em parte, a que o Kalorama procura, pelo que o seu nome é uma escolha incrivelmente óbvia, se dermos dois ou três passos atrás para observar com a perspectiva adequada. Já a Cláudia Pascoal, vem concerto após concerto, festival após festival conquistando o seu espaço; o Kalorama será mais o passo numa caminhada que se vem revelando acertada e assertiva. Já Chelas é o Sítio envereda pela pop, personificada em Br!sa.

No Panorama, DJ Lambo, DJ Python, Kampire e Zsongo Club Showcase pegarão fogo à peça, sem hesitações.

É muito para descobrir.

O reforço da estratégia de sustentabilidade, com a oferta de um desconto para titulares do Cartão navegante® como incentivo à utilização dos transportes públicos nas deslocações para o Parque da Bela Vista, nos dias 29, 30 e 31 de agosto. Os bilhetes encontram-se à venda nas Lojas MEO e na Fever.



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