NOS ALIVE 2024 | Dia 3 (13.07.2024)
Texto por Álvaro Graça e fotografia por Graziela Costa.
A derradeira etapa do NOS Alive 2024 arrancou com o devido prémio à banda vencedora do Oeiras Band Sessions deste ano: a abertura do Palco Heineken. Foi através deste canal que os Objeto Quase deram asas ao seu rock tricotado, com piscares de olhos recorrentes aos Ornatos Violeta.
Por sua vez, o Palco Coreto abriu portas no Sábado com a actuação de Catarina Branco, que a autora repartiu quase irmãmente entre o LP “Vida Plena” e o recente EP “Não Me Peças Mais Canções”. Foi uma curta, mas suculenta ocasião para conhecer e/ou desfrutar de dois trabalhos distintos, um mais pop e outro mais folk.
O nome seguinte no Coreto era Capital da Bulgária, que permite aos mais atentos adivinhar o nome da protagonista em palco. E que sessão nos ofereceu Sofia Reis e o par de ajudantes em palco, que se ocuparam de bateria e guitarra/baixo. Tudo rimou com o brilhante sol que nos banhava naquele bonito instante da última tarde no Passeio Marítimo de Algés, que fez soar ainda melhor as malhas de bedroom pop extraídos essencialmente do seu longa-duração debutante.
Dos novos valores do Coreto para uma banda veterana como Breeders no Palco NOS, numa actuação fiel às características marcantes, mas que não deixou de soar meio desconchavada, que não captou propriamente a atenção de quem não era conhecedor e/ou fã. Contudo, as malhas imortais acabam por recompensar no cômputo geral destas experiências.
No palco secundário esperava-nos um dos momentos mais aguardados da noite, com os Khruangbin no centro das atenções, após solucionada a montagem do cenário que os acompanha, e do qual fazem bom uso ao longo do concerto. O trio texano derrete-nos com os seus exercícios mais melosos, ora nos faz abanar o esqueleto em temas mais ritmados, nunca perdendo a nossa atenção, contando para tal com a decoração da sua sala que acartaram até Algés. Uma actuação de mão cheia, com uma coordenação irrepreensível entre os executantes.
Após uma refrescante transição pelo Palco Coreto para o set super dançante proporcionado por Groove Armanda, todos os olhares se viravam para o palco principal (nem que fosse forçosamente, dada a falta de alternativas). Os Pearl Jam regressaram ao NOS Alive com o empenho de quem ainda, ou sempre, tem coisas a provar. Nem que seja defender o seu legado, e não cair em facilitismos. A eterna voz de Eddie Vedder ajuda, dado que conseguiria arrepiar o mais frio dos humanos, mesmo a ler o menu de um restaurante. O alinhamento nunca agrada a todos nestes concertos de grupos com o portefólio desta malta de Seattle, mas isso não impede que ao longo do mesmo a cantoria popular seja quase incessante, além das cabeças a abanar e dos braços no ar, festejando lembranças ou apenas a possibilidade de estar ali num acontecimento que marcará o Verão (quer se goste, quer não).
Para encerrar as nossas hostilidades, sprintámos de volta ao Palco Heineken para não perder pitada daquilo que The Cat Empire traziam para nos oferecer, e avaliar como se comportariam após a saída definitiva de uma peça influente como o vocalista/trompetista Harry James Angus (dedicado agora a voos a solo). A reformulada banda australiana não perdeu a ginga, mantém bastante bem o vigor que nos deu a conhecer desde os primórdios, e canções como «In My Pocket», «Two Shoes» ou «The Chariot» (com que encerraram a noite) serão sempre irresistíveis, mesmo quando interpretados por vozes de novos elementos como Grace Barbe. A juntar aos clássicos, trouxeram ainda «Steal the Light», «Rock ‘n’ Roll» ou «Brighter Than Gold» para garantir que transpirávamos do primeiro ao acorde final.
Leiam aqui as reportagens do primeiro e segundo dia do festival.
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