Optimus Alive! 2013 | Dia #3 (14.07.2013)

Optimus Alive! 2013 | Dia #3 (14.07.2013)

Dia de sentimentos estranhos: o cansaço a acumular e o fim da edição de 2013

Último dia. Dia de sentimentos estranhos. Por um lado há o cansaço que se acumula e que começa a fazer-se sentir. Por outro lado sente-se pena, ao pensar que a edição de 2013 está quase a chegar ao fim.

Os Linda Martini são os primeiros a subir ao palco Optimus e têm uma imensa multidão à sua espera. O concerto em si não trás nada de novo. Há “Olhos de Mongol”, “Casa Ocupada” e um cheirinho de “Turbo Lento”, que vai ver a luz do dia em Setembro.

Os Brass Wires Orchestra são o outro nome nacional do dia, desta vez no palco Heineken mas também com muita gente para os ver. É verdade que a grande maioria está ali para ver os Of Monsters and Men, que actuam a seguir mas também não é menos verdade que os Brass Wires Orchestra fazem pela vida e acabam por conseguir sair dali com um punhado de novos fãs. O folk dos BWO, revelou-se uma boa escolha para um final de tarde em que o Sol bem tentou mas nunca chegou a conseguir aparecer.

A primeira enchente da noite no palco Heineken estava reservada para os islandeses Of Monsters and Men mas a rota traçada para este último dia levava-nos para o palco principal para ver os Tame Impala e fica claramente a sensação que trocaram os palcos. O palco Heineken teria servido os Tame Impala muito melhor, assim como o palco Optimus teria feito o mesmo pelos Of Monsters and Men. O concerto de Tame Imapala, foi curtinho – cerca de 40 minutos – mas não foi por isso que deixou de ser intenso e menos bom. «Solitude is Bliss» foi a primeira canção escutada no Passeio Marítimo de Algés ao que se seguiram «Endors Toi», «Elephant» e «Half Full Glass of Wine» – esta última já mesmo a fechar a actuação. Os australianos têm apenas dois álbuns editados, “Innerspeaker” e “Lonerism”, mas a qualidade das canções que os compõem é tremenda e isso ficou bem patente. As composições dos Tame Impala ganham vida própria em palco. Crescem e florescem. Continuamos a aguardar é a estreia em nome próprio…

Os Twin Shadow já não são nenhuns estreantes por estas bandas mas não deixa de ser curioso que George Lewis Jr. e companhia nunca tenham repetido o local do concerto. O concerto acabou por ter um alinhamento curto, com especial enfoque em “Confess” na primeira metade com «Golden Light», «5 Seconds», «You Call On Me», «Patient» e «Run My Heart» (esta última bem esticada e sempre a puxar pela participação do público). Lewis tem realmente uma aura cool à sua volta e para ajudar à festa estava extremamente bem disposto. «Castles in the Snow» e «Shooting Holes» fecharam um concerto, curto, intenso, com umas falhas aqui e ali, mas que ficou com certeza na memória de todos os que lá estiveram para assistir.

Se os Of Monsters and Men poderia ter tocado no palco Optimus o que dizer dos Alt-J? O concerto dos ingleses foi o exemplo perfeito de como um concerto com um potencial imenso pode ficar aquém, sem que a banda tenha qualquer tipo de responsabilidade. Refiro-me concretamente à sobrelotação da tenda e à persistência de muitas pessoas (a grande maioria de faixas etárias mais baixas, é certo) que tentavam arranjar espaço onde ele pura e simplesmente não existia. Aproveitem-se agora as próximas linhas para se escrever um pouco sobre o concerto propriamente dito. “An Awesome Wave” é um grande álbum e ao vivo não desilude. «Tesselate», «Something Good», «Breezeblocks», «Matilda», «Bloodflood» e «Taro» – só para referir algumas das canções que figuraram no alinhamento dos Alt-J – são momentos perfeitos de pura inspiração. Verdadeiras montanhas russas sonoras, tal não o número de variações de ritmos, compassos e sons que é possível escutar. Outra banda que custa a compreender como é que ainda não se estreou por cá em nome próprio.

O primeiro adjectivo que me passa pela cabeça para descrever o alinhamento dos Band of Horses no palco Heineken é inteligente. Passo a justificar. A banda – que na realidade gira toda ela em torno de Ben Bridwell, um rapaz que poderia ser facilmente confundido com um camionista, daqueles que vemos nos filmes, a percorrer as estradas dos Estados Unidos – tem nos dois primeiros trabalhos o maior consenso, e porventura, qualidade. Acontece que o alinhamento se baseou maioritariamente nesses álbuns para deleite dos muitos que estavam ali para os ver. «Great South Lake», «Laredo», «St. Augustin» – com uma roupagem bem diferente do original – «Is There a Ghost» e «Funeral» (que deram origem aos maiores coros de todo o concerto) estiveram todas lá e o povo agradeceu. Resultou em pleno!

Finalmente, já perto das 2h, chegaram os britânicos Django Django, com todos os elementos a usar camisas semelhantes, como é habitual, e prontos para entregar em bandeja de ouro aquilo que os largos milhares de resistentes que ali se encontram querem: dançar. Em duas curtas palavras o veredicto é muito simples: missão cumprida! Sinto-me um pouco repetitivo mas de certa é um pouco inevitável… como é que ainda não se estrearam em nome próprio? Para memória futura ficaram os momentos oferecidos ao som de «Default», «WOR» ou «Waveforms».

No final, olhamos para trás, sentimo-nos cansados, ofegantes e felizes mas não sentimos as pernas… Para o ano há mais (nos dias 11, 12 e 13 de Julho).

Fotografia por José Eduardo Real. Dia #1; Dia #2; Dia #3

Recordem aqui a reportagem do primeiro e segundo dia



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