TOP ’12 – Entre discos, temas e flops

2012 revisto

Os discos e temas mais ouvidos em 2012 na redacção, e também o maior tiro ao lado

FLOPS

A redacção da RDB tem opiniões bastante diversas em relação a este assunto, mas uma opinião é constante: Lana del Rey é o maior flop de 2012. Simplesmente não percebemos o porquê “da coisa”.

TEMAS

12 meses de discos que deram bastante material para organizar as devidas playlists: eis o que encheu os ouvidos da RDB durante 2012.

#12a_Burial/Four Tet, «Nova» [ex-aequo]

#12b_Hodgy Beats, «In a Dream» [ex-aequo]

#12c_Jake Bugg, «Taste It» [ex-aequo]

#12d_The Walkmen, «We Can’t Be Beat» [ex-aequo]

#11_Bloc Party, «Octopus»

#10_Frank Ocean, «Thinking About You»

#9_Fiona Apple, «Werewolf»

#8_Passion Pit, «Take a Walk»

#7_Breton, «Jostle»

#6_Beck, «73-78» [Philip Glass]

#5_Grizzly Bear, «Yet Again»

#4_Sharon van Etten, «Give Out»

#3_Kendrick Lamar, «Bitch Don’t Kill My Vibe»

#2_Frank Ocean, «Pyramids»

#1_Django Django, «Default»

DISCOS

Na recta final de 2012, é hora de olhar para os barómetros de audições dos discos que chegaram ao mercado nos últimos 12 meses. Um ano de sinais de vida de campos bastante variados, que deu origem a listas pessoais bem diferentes, mas também deu origem a várias convergências (não conseguimos decidir entre os últimos lugares da contagem, pelo que tivemos vários empates). Sem mais demoras, eis a lista.

#12a_Dry The River, “Shallow Bed” [ex-aequo]

Porque há primeiros álbuns sublimes que merecem ser ouvidos em repeat sem descanso e para sempre.

#12b_ Patrick Watson, “Adventures In Your Own Backyard” [ex-aequo]

Patrick Watson reinventa um estilo, diverte-se com isso e entretem-nos de forma ímpar. No mundo dos falsetes, o dele parece menos falso, como se sussurrasse ao nosso ouvido. De certo modo underrated, mas com uma amplitude que chega a quem deve chegar, “Adventures on your own backyard” ainda vai dar que falar e que ouvir… Aguarda-se um excelente concerto, já agendado para Lisboa. A não perder, sem dúvida.

#12c_ Paul Lytton / Nate Wooley + Ikue Mori & Ken Vandermark, “The Nows” [ex-aequo]

Uma música ímpar, resultante da combinação perfeita entre o talento individual e colectivo de Paul Lytton e Nate Wooley.

#11_ Death Grips, “The Money Store”

Os Death Grips são porta-vozes de uma coisa maior e é por isso que vão ser grandes. Estão chateados – não sabemos bem com o quê -, mas estão chateados e têm razões para o estar, porque nestes tempos que vivemos o que não faltam são razões para nos sentirmos revoltados com qualquer coisa. Os Death Grips canalizaram a sua raiva para a música. E ainda bem que o fizeram.

#10_ Grizzly Bear, “Shields”

Depois do irrepreensível “Veckatimest”, Droste, Taylor, Bear e Rossen tinham uma monumental responsabilidade em mãos. A coragem de apresentar um disco que, à partida, não teria o mesmo potencial comercial do seu antecessor, foi mais que recompensada; sem descurar as majestosas harmonias às quais já nos habituaram, este é um trabalho mais maduro, culminando na épica «Sun In Your Eyes».

#9_ Kendrick Lamar, “good kid m.A.A.d city”

Não terá dificuldades em entrar para o panteão dos clássicos hip hop. «Bitch Don’t Kill My Vibe» é tão uma das canções do ano que ganhou uma versão da Lady Gaga. Mas “good kid” não se fica por aqui. Tem «Backseat Freestyle», clássico instantâneo, tem esse senhor dueto com Drake que dá pelo nome de «Poetic Justice», tem os samples certos nos tempos certos, tem uma capa do caraças e tem o maior número de bitches por canção de 2012.

#8_ Sharon van Etten, “Tramp”

De vagabundo e de louco todos temos um pouco. Esta menina que parecia condenada ao anonimato perdeu alguma da timidez, chegou-se à frente e ofereceu um disco assombroso.

#7_ Hodgy Beats, “Untitled”

Um EP numa lista de balanço anual? Esclarecimento: este EP de Hodgy Beats tem quase 30 minutos e nove canções. As rimas são de Hodgy, a produção é de gente tão recomendável como Alchemist, Flying Lotus e Juicy J. é O título Beats nunca assentou tão bem em Hodgy.

#6_Chromatics, “Kill For Love”

Fica-se com um sorriso parvo quando se escuta este álbum; aquela voz sexy tira-nos do sério.

#5_ Fiona Apple, “The Idler Wheel Is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do”

O regresso, sete anos depois, num registo absolutamente visceral e sem ornamentos de uma das figuras mais relevantes da música contemporânea. E se o interregno foi o maior até à data, também o resultado concentra algumas das composições mais certeiras que Fiona Apple já compôs.

#4_Tame Impala, “Lonerism”

Não se deixem contaminar pela ideia de que este é só “mais um álbum de rock psicadélico”. O segundo registo dos australianos é uma droga legal à vossa disposição.

#3_Alt-J (∆), “An Awesome Wave”

Uma onda sonora gigantesca que, a ser bem mantida, será capaz de proporcionar muito bom surf auditivo.

#2_Frank Ocean, “Channel Orange”

Janela aberta para os anos 1970, numa divisão onde os cortinados estão pintados com as modernas cores do R&B. Há órgãos de igreja, guitarras que destilam soul, pianos com sabor eléctrico e melodias que mudam de direcção sem fazerem qualquer pisca.

#1_Django Django, “Django Django”

Os espíritos de Brian Wilson e companhia e dos Fab Four de Liverpool baixaram no colectivo de Edimburgo, que nem por isso deixa de gritar século XXI.

A lista resulta do input de Ana Margarida Cardoso, Agatha Bulha, Débora Cambé, Miguel Baptista, Pedro Arnaut, Miguel Barba, Pedro Silva, Pedro Tavares, João Luís e Hugo Pinheiro.



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