“A Casa das Sombras e Outras Histórias” de Ana Teresa Pereira
(Re)viver a felicidade.
Alguns escritores, pela sua narrativa e universo próprio, deixam uma marca no leitor. A sua obra surge tímida, suave, e entranha-se de forma irremediável. É esse o efeito que brota da obra da madeirense Ana Teresa Pereira, escritora refugiada em si mesma, cuja bóia de salvação, e forma de expressão, assume-se na figura da sua Pérola do Atlântico.
Seja para o público adulto ou a pensar no espetro juvenil, ler ou reler os livros de Ana Teresa Pereira afigura-se como um regressar a um lugar onde a felicidade sublinhou a nossa presença.
E é essa viagem a um passado sempre presente que “A Casa das Sombras e Outras Histórias” (Relógio d’Água, 2015) nos propõe. Assim, sem demoras, (re)lemos, em surdina ou voz alta, as aventuras de cinco pequenos investigadores e heróis nascidos da imaginação de Ana Teresa Pereira e sentimos a nostalgia das desventuras de David, Cristina, Mónica, João e do canino Charlie, quinteto que explora a candura da ilha que os acolhe por entre mistérios.
A inspiração clara no mundo criado pela britânica Enid Blyton, heroína nada acidental de Ana Teresa Pereira, serve de balanço criativo e os cinco títulos (a saber: “A Casa dos Pássaros”, “A Casa dos Penhascos”, “A Casa do Nevoeiro”, “A Casa das Sombras” e “A Casa da Areia”), editados originalmente no início da década de 1990 e agora reunidos, soam frescos, dolentes e tornam a paisagem madeirense ainda mais cristalina.
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