“Cristovão Colombo – As Quatro Viagens” | Laurence Bergreen

“Cristovão Colombo – As Quatro Viagens” | Laurence Bergreen

Uma tragédia que poderia bem ter levado o selo de Shakespeare

Se recuarmos no tempo até finais do século XV, ao tempo em que o mar era o futuro e os barcos serviam de casa ou sepultura consoante os estados de espírito meteorológicos, muitos eram aqueles que se tornaram exploradores, procurando a riqueza ou a conversão religiosa. De entre todos eles, se quisermos escolher aquele que terá sido ao mesmo tempo – e em doses semelhantes – o mais brilhante, paranóico e impiedoso, não restarão grandes dúvidas: Cristóvão Colombo.

A sua viagem através do Oceano Atlântico, no ano de 1492, que pretendia encontrar uma rota comercial alternativa para a China e acabou com um inesperado desembarque nas Américas, representa uma dos mais importantes marcos da navegação, mas Colombo fez ainda três outras viagens no espaço de uma década, cada uma projectada para demonstrar que seria possível chegar à China em poucas semanas e converter meia nação ao Cristianismo.

Cristóvão Colombo – As Quatro Viagens” (Bertrand Editora, 2014), do historiador e biógrafo Laurence Bergreen, escrito a partir da perspectiva dos participantes das quatro viagens de Colombo, mostra que, por detrás da ousadia, violência e ambiguidade que cada uma delas encerrou, havia um homem com um conhecimento extraordinário do mar, dotado de uma mente que alternava entre a inteligência e a ilusão de grandeza.

Ricamente apoiado em mapas, “Cristóvão Colombo – As Quatro Viagens” esconde algumas surpresas, narrando a história da criatura mais apaixonante e controversa que alguma vez assentou pé num navio. Um homem que, depois de uma glória precoce, acabou a vida quebrado, tanto no corpo como no espírito, revelando uma tragédia que poderia bem ter levado o selo de Shakespeare. Um livro ambicioso e fascinante, entre a biografia e a recriação histórica.



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