D.I.S.C.O.Texas Titan Thursday
Lux, 7 de Maio.
Um novo mês e mais uma Quinta-feira Titânica naquela que é claramente a melhor pista de dança do país, a do Lux claro. E como todos, também eu fiquei triste por ter sido privado de poder ouvir os ritmos electrizantes de Lifelike, cuja vinda vinha mesmo a tempo de contagiar Portugal com o seu recente Banger-Remix para a dupla Inglesa ‘La Roux’. Tristezas à parte, o alinhamento continuava a merecer a devida atenção, que contava com Moulinex, Flip e o Rookie do colectivo – Rockets (de seu nome anterior DiscoRockets).
Vamos falar um pouco de DiscoTexas… Quando se ouve o trabalho de produção e remisturas de Moulinex e Xinobi, percebe-se que estamos perante nomes que soam muito a Francês, há aquele ‘French Touch’, as melodias que suplantam as batidas, os filtros que entram e saem, os sintetizadores que comprimem sintetizadores… Durante muito tempo senti que a Discotexas não era bem só isto, apesar de que as suas releases enquanto editora sempre terem sido bastante fieis a este estilo, inclusive com este último EP de The Phantom’s Revenge. Mas as Gigs, quer do colectivo, quer dos seus artistas, ainda vagueavam muito por um electro mais denso e reminiscente dos tempos áureos do Maximal. Esta Titan Thursday não foi assim, e se pensar bem desde que acompanho as suas festas tem havido uma evolução no sentido de criar uma personalidade à volta deste som muito próprio, mas não exclusivo. Aliás sempre que penso na Discotexas recordo-me do colectivo francês Valerie que arrumo na mesma gaveta mental com mais meia dúzia de labels e artistas.
Por isso, ir a uma festa da DiscoTexas é estar em Lisboa mas poder fingir que estamos numa qualquer capital Europeia, na melhor pista, a ouvir DJs de primeira e rodeados por miúdas loiras, com tshirts largas a fazerem de túnicas, lançadas por cima de umas leggings da American Appareal.
Falando concretamente desta quinta-feira, a verdade é que a pista não encheu, pelo menos ao ponto a que nos têm habituado. Também há a mania generalizada que chegar tarde é cool. Não é. Mas assim também foi bom e tornou o espaço mais confortável para os que foram para ouvir, em vez de para serem vistos.
Flip abriu a pista e mostrou que os bad-boys também se sabem comportar, deixou a pista fluir lentamente e de uma forma muito relaxada e groovy. Nunca o tinha visto enquanto Flip, o próprio, e não sei se será sempre assim, mas desconfio que noutras situações deixasse escapar uma ou outro malha de techno clássico. Fica por descobrir.
Seguiu-se Moulinex com um set ‘a la Moulinex’ que é como quem diz, recuem três parágrafos. Para mim confirmou o que já desconfiava, qualquer oportunidade é boa para ir ver Moulinex.
E agora deixem-me que vos fale de Rockets. Ora indo ao seu myspace podemos ouvir umas faixas, oiçam o Remix de ‘Be My Lady’ e digam lá se não soa a DiscoTexas? Pois. E no Lux também soou, entretanto o resto do colectivo ia lá dando um saltinho para ajudar. Uma performance muito positiva.
Resumindo… não sei se eles estão a ficar mais velhos, mas acho que o objectivo já não é meter os putos a saltar, isso fica para os DJs do Electro e do Fidget. Talvez nos queiram meter a dançar, a dançar devagarinho, com menos energia e mais sensualidade. Haja bom senso, Amém.
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