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Startup Pirates@Lisboa – Parte 2

A construção de ideias e o resultado final.

A semana Startup Pirates@Lisboa foi bastante intensa. Após um fim-de-semana espectacular em regime boot camp, eis que era tempo de dar vida às ideias apresentadas. Depois de ouvidos os 32 participantes de forma individual, foi o momento de formarem equipas e começarem a limar as arestas do projecto a que se propuseram. Há que salientar que, apesar do facto de haver em jogo diversos prémios de incubação de ideias, nunca a palavra “competição” foi sequer mencionada. Todos os grupos se entreajudaram, discutiram as suas ideias e até treinavam as suas apresentações finais uns com os outros. Para mim, enquanto observadora, foi um elemento determinante para o grande sucesso desta aventura.

Ao longo da semana, para além dos diversos workshops mencionados no artigo anterior, todas as tardes foram passadas em sessões de trabalho onde cada grupo desenvolveu toda a estratégia de negócio e sessões ask the mentor onde tinham oportunidade de partilhar ideias e dúvidas com diferentes mentores ligados ao empreendorismo. O objectivo principal, neste caso, foi o de desenvolver uma apresentação do projecto, esclarecendo todas as bases do mesmo de modo a conseguir apresentá-lo em cinco minutos no final pitch que teve lugar no passado sábado, dia 11, no Salão Nobre da Associação de Comércio de Lisboa. Cada grupo apresentou o seu projecto perante um júri constituído por três individualidades ligadas ao universo do empreendorismo nacional – Pedro Janela, CEO da empresa WYGroup; Luís Caldas Oliveira, professor de várias disciplinas relacionadas com o processamento de sinais a alunos dos cursos de Engenharia Electrotécnica, Informática e Aeroespacial do Instituto Superior Técnico (IST) (Universidade Técnica de Lisboa); e Pedro Rocha Vieira, co-fundador e presidente da Beta-I –  Associação para a Promoção da Inovação e do Empreendedorismo.

Os 5 minutos que podem mudar a tua vida

Mas afinal, que ideias foram desenvolvidas? Que projectos é que foram e continuam a ser desenvolvidos? Atenção – para se criar um projecto não é necessário ser-se original do ponto de vista de inovação ou criação. Pode-se simplesmente pegar numa ideia pré-existente e adaptá-la a diferentes universos de âmbito social, cultural ou político. Alguns dos projectos propostos baseiam-se exactamente nessa premissa e não passam, ainda, disso mesmo – projectos.

“Ajami” foi o primeiro projecto a ser apresentado a público. Elaborado por quatro elementos – António Henriques, Edmundo Ferreira, Tiago Valente e Beshara Hinnawi – a Ajami tem como objectivo ajudar os produtores (Business to Business) na gestão de informação dos seus produtos. De que forma? Através de um software instalado no produtor e nos revendedores, sempre que um dos produtos é actualizado na origem, cada um dos revendedores recebe uma notificação de que determinado produto sofreu uma actualização. Desta forma evita-se que os pequenos revendedores tenham informação desactualizada sobre o seu produto.

Passamos para a segunda apresentação. Actualmente a cultura tem sido alvo de grande recessão económica e com isso assistimos a salas de espectáculo completamente vazias, sobretudo as salas de cinema. A pensar neste sector cultural, os jovens João Remondes, Nuno Pinto Costa e Tiago Morgado Branco apresentaram a ideia de criação de um cartão em formato low cost proporcionando descontos mediante o pagamento de uma anuidade e interligando as diferentes distribuidoras cinematográficas.

Andrea Bajnoková, Carolina Pinto, Jorge Fonseca e José da Gama, apresentaram “Mobapi” – um dos projectos mais ambiciosos em termos de empreendorismo social. Resumidamente, Mobapi é um movimento que pretende despertar a capacidade de aspirar e gerar uma cadeia de sinergias criativas, contribuindo para um mundo melhor. De que maneira? Proporcionando diversas experiências cujas ideias, pessoas e lugares, interceptam pequenas ondas de desenvolvimento. Procura-se desta forma uma mudança de mentalidade e de atitude por parte dos participantes nestas expedições desenvolvendo o contacto humano e a partilha de experiências.

E o que acham de haver uma plataforma que monitorizasse em tempo real o estado clínico dos atletas profissionais? Foi esta a proposta apresentada por Daniel Medeiros, Pedro Silva e João Loff. A ideia passa pela integração de uma estratégia que envolve a biomecânica com o uso de sensores com um software que efectuará a monitorização. Spy Sport propõe desta forma efectuar a medição e gestão em tempo real dos vários dados biométricos/vitais dos desportistas.

Depressa chegamos à quinta proposta. “Lost In Reality” é a proposta de Mark Melnykowycz, José Rodrigues e Daniela Fontes que nos oferece a possibilidade de, através de uma aplicação para um smartphone ou Ipad, criarmos a nossa própria história enquanto circulamos numa cidade através da tecnologia da realidade aumentada. A ideia é também poder divulgar as histórias através do sistema aplicativo e fazer com que qualquer pessoa possa comprar / viver essa história e visitar diferentes percursos turísticos. Interessante e divertido, não concordam?

“C.A.V.E.” é a sigla para Centro de Artes Visuais Emergentes e embarca a ideia de criação de uma incubadora artística. Ou seja, Cláudia Campos, Rui Gil, Andrea Bajnoková e Michal Monit defendem a criação de um espaço físico onde os artistas possam criar e expor as suas obras e também, durante o seu processo artístico, possam residir ou efectuar um regime de intercâmbio com outros artistas a nível nacional ou internacional.

“HealthOne” foi a ideia apresentada por Ana Sofia Pinho, Hugo Tavares e Sofia Almeida. Trata-se uma plataforma electrónica que pretende ser simples e eficaz no que diz respeito à ligação entre as pessoas com os médicos e farmácias, centralizando os seus vários dados e permitindo uma maior monitorização e rápida actuação. Será que iria diminuir o tempo de espera entre os utentes e um tratamento mais imediato? Eles acreditam que sim!

Para os amantes da restauração e para aqueles que simplesmente adoram comer e não têm qualquer jeito para as artes da culinária, “Foodzai” resolve o problema. A proposta feita por André Jordão, Miguel Ferreira e José Mendonça baseia-se na criação de uma nova plataforma social que interligue pessoas que gostam de cozinhar e de dar a conhecer os seus produtos com outras pessoas que estejam interessadas em consumi-los. Uma espécie de peer-to-peer take away que estabelece a relação entre cozinheiros amadores com potenciais consumidores que não têm tempo ou simplesmente não gostam de cozinhar.

Para finalizar esta maratona de apresentações, falo-vos de uma proposta educativa. “Inspiration on Education” foi a proposta apresentada por Francisco Miranda, Rafael Duarte e Bruno Marques cuja pretensão é de mudar a maneira como os professores dão as aulas através de uma plataforma de vídeos com aulas gravadas. Pretende-se assim apoiar e ajudar os jovens que têm dificuldade de aprendizagem de uma forma mais simples e dinâmica aplicando diferentes métodos de ensino.

Concluídas as apresentações, foi tempo de o júri reflectir e deliberar a entrega dos prémios de incubação patrocinados pela Beta Start, ICAT-FCUL, Lispolis, Startup Lisboa e CoWork Lab que variam entre um mês a um ano, consoante o projecto, e personal branding com Miguel Coelho. Sem qualquer ordem de prioridade, mas destacando os três melhores projectos apresentados, os papagaios de cartão foram para: “Ajami” e “Lost In Reality” (Lispolis) e “Foodzai” (prémio Beta-Start). Antes da entrega e anúncio dos prémios, José Pedro Cobra fez um verdadeiro número de stand-up comedy que levou todos os presentes às lágrimas de tanto rir, mas sempre a dizer grandes verdades sobre o perfil dos portugueses. Esteve presente também o director municipal da economia e inovação da Câmara Municipal de Lisboa, o Dr. Paulo Soeiro Carvalho, que se mostrou disponível a receber todas as ideias empreendedoras de modo a poder de alguma forma dar resposta e avançar com as mesmas.

Para finalizar, um balanço numérico do Startup Pirates@Lisboa: 75 candidatos, 32 participantes, 6 elementos da organização, 10 workshops, 8 conversas, 18 mentores, 2 momentos de distracção, 28 ideias, 9 equipas, 460 amigos no facebook, 2498 post its utilizados e uma proposta de casamento. Posto isto… a vontade de continuar a realizar eventos deste calibre continua presente!



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