João Ribas
Os punks não morrem, reagrupam-se no inferno
João Ribas morreu, e com ele desaparece uma parte importante da história do punk português, da história da música portuguesa, e mais importante, da História de Portugal, que também é feita de quem clamava e vivia a “Anarkia em Portugal já”.
Ribas não era uma lenda, porque nunca o quis ser, ele era simplesmente o Ribas, que tocou em Ku De Judas, que tocou em Censurados, que tocou em Tara Perdida, que tocou em vários outros projectos e bandas.
Não foram as bandas que fizeram Ribas, foi Ribas quem fez as bandas, e com o seu desaparecimento perde-se a experiência, em primeira mão do que foram 30 anos de punk rock em Portugal. Para a posteridade ficam hinos como «Violemos o presidente» dos Ku de Judas, «Animais» de Censurados e «Nasci Hoje» dos Tara Perdida. Isso, e as estórias, mas essas, só sabe quem esteve lá.
Um pouco por toda a internet há testemunhos e declarações que retratam a figura que era João Ribas.
Tó Trips (Dead Combo): “O João era o símbolo máximo do punk em Portugal e, não menos importante, um ícone do bairro. Nos concertos dos Ku de Judas e dos Censurados, perguntava sempre: ‘Como é que é? Há alguém de Alvalade aí?’. Cheguei a fazer algumas capas para os Tara Perdida e até um logotipozinho que dizia ‘Alvalade recomenda este disco’.”
Zé Pedro (Xutos): “Era sem dúvida o grande carismático da facção mais radical do rock’n’roll nacional. Foi um óptimo músico e um óptimo letrista. Tinha uma maneira muito genuína de dizer as palavras e em palco sempre se mostrou um frontman enorme.”
António Côrte-Real (UHF): “O sorriso fantástico com que me recebeste em estúdio aquando das gravações do último disco dos Tara Perdida e a divisão do microfone nos coros do concerto de aniversário dos Booster no cinema São Jorge vão viver para sempre na minha memória. Desapareceste cedo de mais, deixas saudades e um legado para os mais novos.”
Luís Varatojo (A Naifa): ”Ribas is not Dead.”
Os punks não morrem, reagrupam-se no inferno!
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