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Lamb @ Coliseu dos Recreios (14-11-2017)

A apresentação de “Lamb”e dos temas que elevaram a banda a ícone do trip-hop Britânico

Pouco mais de seis anos após a ultima aparição em Lisboa, os Lamb, duo de Manchester, finalmente regressou a uma cidade onde foi, variadíssimas vezes, muito feliz.

Para um Coliseu dos Recreios vestido a sensivelmente um terço da sua capacidade, dando a sensação de que a plateia que o compunha era a mesma de há mais de uma década atrás, Lou Rhoudes e Andy Barlow, actuaram quase duas horas. Estiveram acompanhados em permanência por um contrabaixo electrónico e uma bateria. A guitarra, o violoncelo e o trompete estiveram intermitentes ao longo dos diferentes momentos do concerto.

O concerto, como havia sido prometido em antemão, foi dividido em dois sets. Um primeiro onde tocaram na íntegra o primeiro album, homónimo da banda, datado de 1997. Durante o segundo set tocaram as músicas que os elevaram a banda de culto nos últimos 21 anos.

Início tímido com Barlow, na sua animação habitual (OMG os anos não passaram por ele), a assumir as rédeas; interpretaram na totalidade “Lamb” no seu alinhamento original. Destaque para «Trans Fatty Acid» onde Rhoudes pegou na guitarra e “sacou” os primeiros saltos da plateia. Após esta faixa foram tocadas algumas músicas, que segundo Rhoudes nunca haviam sido tocadas ao vivo, e partilhadas várias confidências pessoais. Segundo a vocalista, «Zero» foi escrita durante uma fase triste da sua vida onde jamais imaginaria que um dia teria dois filhos mais altos que ela própria. Recolheu-se após esta música introspectiva e entrou o trompestista para a malha «Merge». Acabaram de tocar o álbum de estreia sem mais estórias a reportar.

Para o segundo set do concerto Lou Rhoudes mudou de visual e abriu com o aclamado «What Sound». Seguiu-se a curta «Soft Mistake», faixa instrumental de abertura de “Fear of Fours”, quiçá o álbum com maior sucesso em terras lusas. Após houve como que uma travessia pelo deserto, com as faixas dos dois últimos álbuns. Ritmos mais electrónicos, que entraram no deep sem fugir ao habitual trip-hop, mas despertando sempre pouco interesse. Terminaram com o single lançado em Setembro passado, «Illumina». Lou Rhoudes dedicou-a ao Pai, que está presente na plateia e, vive há dez anos em Portugal.

Regressaram para um primeiro e único encore oferecendo o cliché «Gabriel», onde admitem que Portugal foi o melhor dos melhores spots em que acturam durante a tour que terminou com este espectáculo.

Os Lamb demoraram muito a regressar ao nosso País, e não têm o impacto de outros tempos, nem conseguem cativar o público mais jovem por cá. No entanto, Lou Rhoudes continua a ter uma voz encantadora e os 21 anos quase não parecem ter passado pelo duo de Manchester. Serão sempre bem-vindos, e continuaremos a acompanhá-los no matter what sound.

Fotografia por Filipe Fazendeiro



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