Lou Rhodes @ Aula Magna

Simples (mente) Lou...

Lou Rhodes está feliz com a vida. Vê-se na sua expressão, no seu sorriso, na felicidade que emana. Lou Rhodes está feliz e quando assim é (quando o músico à nossa frente está bem com o mundo) o resultado só pode ser positivo. E assim foi, mas já lá vamos.

Prévio ao concerto da ex-vocalista dos Lamb, o projecto Oddur (do ex-guitarrista dos mesmos Lamb Oddur Runarsson) mostrou ao público lisboeta as suas canções de toada acústica em formato de cantautor versão grupo. Confusos? Não é caso para tanto, já que a simplicidade impera por aqui.

Assente instrumentalmente num contrabaixo, violino e bateria, para além da voz e guitarra acústica de Oddur, as canções apresentadas deambularam por territórios não muito afastados de alguns momentos de Jack Johnson e restantes companheiros do surf (e das cantigas). Mas, e aqui está a originalidade da coisa, num registo mais próximo do folk. Oddur pode vir a fazer alguns amigos em Portugal. Boa parte da meia casa que se encontrava por esta altura na Aula Magna não se importará nada de fazer parte do grupo de amigos.

Depois de uma discreta passagem pela edição 2005 do Festival Sudoeste, a carismática Lou Rhodes trouxe finalmente, a solo, as canções do seu “Beloved One” (o disco, não a pessoa) à capital Lisboa. E, pormenor importante, à Aula Magna da Universidade de Lisboa, uma das salas mais especiais de toda a carreira dos Lamb, não haja dúvidas. “Beloved One”, lá está: canções simples, bonitas e redondas, tudo aquilo que este concerto foi.

Os constantes sorrisos não enganam: Lou Rhodes sente-se em casa a tocar em Portugal, culpa do culto que os Lamb sempre tiveram por estas paragens mas não só – o seu pai vive actualmente no nosso país, conta a senhora Rhodes a determinada altura do concerto.

A sonoridade é, já se disse, simples. A decoração do palco idem aspas, a postura de Lou e restantes músicos igual. E resulta? Quase sempre. À viola durante quase todo o concerto, o carisma da ex-vocalista dos Lamb é ainda figura central numa actuação ao vivo. O público português gosta de Lou Rhodes e ela gosta de nós.

Momentos altos? «Leave Her Gently» é, provavelmente, a mais delicada canção de sempre da cantora; «To Survive», penúltima do corpo geral do concerto, foi magistral; depois, nota óbvia para o segmento final com duas passagens pela carreira dos Lamb (o inevitável «Gabriel» e «Lullaby») – tal podia ser evitado mas acaba por ser compreensível. É da forma que mais pessoas vão para casa com o sorriso rasgado de uma vitória, uma vitória suada conquistada em descontos e num penalty duvidoso, certo, mas conquistada.

Lou Rhodes está feliz e é um prazer partilhar da sua felicidade.



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