Lisboa Dance Festival @ Lx Factory (10-11.03.2017)

Lisboa Dance Festival @ Lx Factory (10-11.03.2017)

No passado fim-de-semana, dia 10 e 11 de Março, a Lx Factory, em Lisboa, acolheu a 2ª edição do Lisboa Dance Festival. Festival ligado á dance music, sobre o mote de MUSIC. TALKS. MARKET. Edição, em crescendo de qualidade e quantidade de publico relativamente à estreia. A promotora, Live Experiences, estima que participaram cerca de 10.000 pessoas nestes dois dias de batidas electrónicas, sendo que cerca de 10% dos bilhetes foram vendidos no estrangeiro.

Uma das boas novidades do LDF foram as salas Clube Antena 3 @ Ler Devagar, spot que tinha acesso pela agradável livraria do Lx Factory, aqui era possível ver a radialista Isilda Sanches, e restante crew da Antena 3, em directo para a radio, promovendo e entrevistando quem ia passando. A sala Kia Room @ Dorm foi mesmo no Hostel do bairro criativo de Alcântara, aqui tiveram lugar os back to back (b2b) de produtores nacionais em estilos mais “fora”.

O primeiro dia do LDF, a MUSIC, ficou marcado pelo set de seis horas! de Moullinex, na Carlsberg Room @ Zoot, a curadoria de Luís Clara Gomes teve a ajuda de Magazino e Mr. Mitssuhirato, entre outros. Enquanto o patrão da Discotexas, e os seus amigos tocavam para uma “sauna” sempre bem composta no Clube Antena 3, a fila não dava tréguas a quem queria ver Dj Glue e Batida. Na Sala XL, o maior palco do todo o LDF, Jessy Lanza teve uma atuação sedutora, que, para nós pecou por ter sido muito cedo, ainda com pouca audiência. Dekmantel Soundsystem, o duo de Amesterdão cumpriu a missão que foi proposta alternando entre o techno e o deep house. Marcel Dettman, a grande figura do primeiro dia, que teve diretos a compra de bilhetes de ultima hora e a maioria do LDF, toda na Sala XL, parecia que estava em casa. Na verdade, são, inúmeras, as semelhanças entre o espaço da Sala XL e o “seu” Berghain. Pé direito gigante, fabrica antiga, ravers que estão lá só para aquilo, seja lá o que aquilo for, só faltou mesmo a Sala XL ter a mesma qualidade de som da mítica casa Berlinense. Não se pode ter tudo…

O segundo dia ficou marcado por aquela que é, por ventura, a parte mais atrativa do LDF, as TALKS, que se subdividem em debates e masterclasses, esta ultimas no MARKET. No debate, Local é Global, moderado por Luís Oliveira, radialista da ANTENA 3, contou com a presença de Pedro Coquenão a.k.a. Batida, Kking Kong, o jovem produtor da Enchufada e Nuno Saraiva, business man da plataforma de exportação musical Why Portugal, ocorreu um brainstorming do estado da musica contemporânea portuguesa, da forma de como a (in)evitável globalização musical influência a nossa musica, e com a nossa musica está cada vez mais a ser tocada além-fronteiras. Ficamos a saber que, recentemente, Thom Yorke passou numa dos seus sets, uma malha de Dj Nigga Fox. Coquenão teve uma reação peculiar, e maybe, correta que se resume a: quem ganhou com isto foi Thom Yorke, porque alguém dançou a musica que ele tocou, e não Nigga Fox. Rui Miguel Abreu moderou o debate com, Ricardo Farinha (Rimas e Batidas), e rapper Mike el Nite com o mote O Fenomeno do Hip Hip. Saltou a vista que o hip hop neste o estilo de musica mais procurado na plataforma Spotify, e que, aquilo que poucos já duvidam: a maioria dos grandes artistas musicais, mesmos as grandes popstars, cada vez mais tem produtores e conselheiros ligados ao mundo do hip hop. É nele, e também em alguma da boa dance music, que são criadas algumas das novas tendências musicais. Entre os debates houve ainda direito a algumas masterclasses e workshops que no fundo… fizeram boa publicidade a ETIC e aos seus cursos.

No que respeita á MUSIC, a RDB tira o chapéu a Mount Kimbie, a melhor performance de todo o LDF. Conjugando, rocando a perfeição, as batidas e a melodia, o duo de Kai Campos e Dom Maker, esteve acompanhado por mais dois elementos e por milhentos instrumentos de som. A guitarra, que mais parecia um sintetizador, sintetizadores, passo a redundância, bateria (é mesmo uma bateria?!?). Tocaram temas mais conhecidos como “Before I Move Off”, “Made to Stay” e até “Carboned” mas, as estrelas da companhia foram as anunciadas novas faixas, do LP que estará para sair, lá “pró” Verão, estamos à espera! A Sala XL foi grande demais, um concerto deste calibre, merecia uma sala onde a ressonância fosse a palavra de ordem.

A grande cabeça de cartaz do LDF, Hercules and Love Affair, foi também a grande desilusão da noite. Até abriram com um simpático “Boa Noite” e, com a boa nova “Vão ser os primeiros do planeta a ouvir algumas destas musicas”, mas, a emoção do concerto foi pouco mais que isto. A banda de Andy Butler, reapareceu em Lisboa com um vocalista travesti enfadonho, e o líder até estava escondido. A fechar “Blind” foi pouco para se aproximar da nota positiva.

A surpresa da noite, foram os portistas Holy Nothing, o trio apresentou-se em grande estilo na sala Ler Devagar e, até estiveram a um quick chat com a RDB, onde referiram a admiração pela boa aceitação que as novas faixas tiveram no LDF, destacando aquela que é, para eles a grande nova musica: «Speed Then Up» (salvo erro). Banda a ter em conta num futuro próximo. Hunne foi, um espetáculo dentro do próprio espetáculo, num set com toadas quase exclusivamente de musica de dança não passou pelos ritmos tribais e pela pop, com é seu costume. George Fitzgerald provou que com pouco é, possível fazer muito. Dois CDJ´s, uma mesa de mistura é suficiente para um set duas horas para fechar o LDF, tal como na véspera teve direito a muitos paraquedistas de ultima hora que apareceu só para o grand final.

Quase nos esquecíamos de falar de Rui Maia! Estamos habituados a vê-lo atrás dos pratos em versão rock n´roll mas… mas ele a passar dance music também é qualquer coisa

Dois dias bem passados no Lisboa Dance Festival, esperamos que para o ano haja mais!



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