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Mário Cesariny – “Poesias”

Uma edição Assírio & Alvim.

A poesia é aquela coisa aborrecida e pretenciosa que gajos com lenço ao pescoço entoam do alto do seu ar mais aristocrata. A poesia é balofa e moribunda. Por isso dizer que Mário Cesariny era um poeta é como dizer que o sol é só uma estrela. Mário era o surrealismo em pessoa tanto quanto era o amor personificado, e para ele falar de cigarros era tão válido como falar de sexo, se bem que ele não falava de sexo porque a sua altura era a em que não se podia falar, e escrever tão pouco. Assim, ele dava a volta às palavras quando dizia coisas como “um grande utensílio de amor” mas também sabia ser directo quando dizia que o “Alváro gosta muito de levar no cu”.

mario_cesariny

Havia muitos Cesarinys, reunidos em vários livros diferentes. Havia o Mário de “Manual de Prestidigitação” e depois havia o de “Titãnia”, e pelo meio havia muita outra coisa espalhada. Esse é o mérito de “Poesia”, o de nos trazer num só belo volume que dá prazer ler e desfolhar, a poesia quase toda de Cesariny, à semelhança do que a Assírio & Alvim já fez com outros poetas.



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