MEO MARÉS VIVAS 2019 | Dia 3 (21.07.2019)
Mais um dia ganho pela organização com a lotação à semelhança dos dois dias anteriores a esgotar.
Finalmente o vento amainou e o sol trouxe mais luz ao recinto onde as conversas se dividem entre o concerto “inesquecível” dado no dia anterior pelos Ornatos Violeta e pela expectativa do concerto de Sting que era o mais esperado para essa noite.
Mais um dia ganho pela organização com a lotação à semelhança dos dois dias anteriores a esgotar e o recinto a apresentar uma representatividade de vários escalões etários com destaque para as muitas famílias completas que marcavam presença no festival.
A afluência de público, talvez por ser domingo, fez-se sentir desde a abertura de portas e era possível ver filas para os brindes dos patrocinadores, para as barracas de comida e os espaços dos diversos palcos a estarem sempre muito preenchidos.
Nunca é demasiado ressalvar a aposta na música portuguesa e mais uma vez a representação lusa foi forte com a presença de Tiago Nacarato e HMB no palco principal e de Biya, Maria Bradshaw e Tainá no Palco Santo Casa.
TIAGO NACARATO
O cantor portuense de 28 anos e com fortes ligações ao Brasil depois de numa edição anterior ter atuado no palco secundário teve este ano honras de abertura do palco principal (Palco Meo). A “jogar” em casa mostrou-se sempre muito à vontade e animou de forma extremamente competente o muito público que assistiu à sua performance marcada por diferentes ritmos marcadamente melódicos e quentes. E foi aqui e ali interagindo com o público de forma engraçada, e sem exageros como quando perguntava “Gostam de rock?…Então vamos ouvir um bossa nova”. Houve tempo para ouvir alguns temas originais do cantautor como “Só me apetece dançar”, “A dança” ou “Onde anda você” entre outros.
MORCHEEBA
Com passagem recente por Portugal onde atuaram no Festival Vilar de Mouros do ano passado, a banda britânica liderada por Skye Edwards teve uma atuação solida e segura no Meo Marés Vivas com tempo para temas como «Friction», «Never an easy way», «The sea» e «Blaze away». Em «Otherwise» teve o acompanhamento do público que se mostrou conhecedor da discografia da banda e cantou e dançou do início ao fim do tema. Pelo meio tempo para um tributo a David Bowie através do tema «Let’s Dance». Para o final o muito conhecido «Rome wasn’t built in a day» levou ao rubro o público presente e aqueceu e afinou as gargantas para o Senhor que viria a seguir.
STING
Temeu-se o pior nas últimas semanas quando o cantor de 67 anos cancelou alguns espetáculos devido a problemas de saúde. Aparentemente esses problemas foram completamente resolvidos e o músico de Newcastle deu um concerto enérgico e que ficará na memória dos muitos que assistiram e que lotaram a Antiga Seca do Bacalhau.
Todo o espetáculo foi baseado no disco de 19 canções “My Songs” que não é mais do que um apanhado dos temas mais marcantes da carreira do cantor desde os tempos dos The Police. Eram 22:10h quando perante uma plateia extremamente ruidosa Sting aparece em cena com uma simples t-shirt preta e com uma aparência de quem não sofre alterações significativas com o passar dos anos. Logo a abrir «Message in a Bottle» foi cantada em uníssono com o cantor aqui e ali a dar alguns toques de originalidade ao seu tema. Seguem-se «If I ever lose my faith in you» e «Englishman in New York» e o resultado é um público rendido e que usufrui do momento como se não existisse amanhã mesmo que para alguns isso seja sinónimo de dia de trabalho e de poucas horas de sono. Êxito após êxito o público ficava saciado com uma barrigada de música de qualidade onde pontuaram temas como «Fields of Gold», «Shape of My Heart», «Desert Rose», «Roxanne» e mais para o final «Every Breath You Take» algumas palavras em português, e saída de palco levando alguns dos menos rodados nestas coisas dos concertos a abandonarem as suas posições e a serem surpreendidos logo de seguida com o regresso do cantor para um encore final arrebatador com «Next To You» e «Fragile». Pelas reações finais ouvidas no meio do público, “Sting deu um concerto memorável”.
HMB
Dada a hora adiantada da noite (00:10h) e tendo em conta que a segunda-feira, dia de trabalho para muitos, se aproximava de forma galopante, ficou a ideia que após Sting o recinto perderia muita da sua moldura humana, mas na realidade poucos foram os que saíram e muitos ficaram por curiosidade porque nunca tinham visto a banda ao vivo e já não quiseram sair. Com a banda “mergulhada” em palco num insuflável com a sigla HMB, Héber Marques e companhia transbordaram alegria e energia com todas as músicas a serem dançadas com coreografias ensaiadas ao pormenor e com videoclips projetados na tela de fundo a ajudar a dar mais cor a um espetáculo que começou com «Feeling», passou por «Peito» onde o vocalista cantou agarrado às grades em pleno contacto com o público. Depois de «Dia D» os HMB abandonaram o palco para voltarem para o encore final com «Não me Leves a Mal» e para gáudio dos mais resistentes fechou com o maior êxito da banda: «O Amor é Assim».
Finalizada a edição deste ano do Meo Marés Vivas, em jeito de balanço, a organização assumiu que as expectativas foram superadas e que “esta foi a melhor edição de sempre”. Tendo esgotado a capacidade do recinto (aproximadamente 35 mil pessoas) nos três dias e quase com uma semana de antecedência. O Meo Marés Vivas regressará em 2020 no terceiro fim-de-semana de julho e provavelmente devido à pressão imobiliária da zona onde aconteceu este ano terá uma “casa nova” que é certo continuará a ser em Vila Nova de Gaia.
Texto por José Graça e fotografia por Inês Graça.
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