NOS x CRUZ VERMELHA

Chaka Khan, Morcheeba, Onoma @ Ageas Colljazz (10.07.2024)

Fotografia por Sara Hawk.

É quarta-feira, 10 de Julho. O segundo dia desta 20a edição do COOLJAZZ.

De um anoitecer que se prolonga até horas tardias, a música sente-se e vive-se. As portas abrem às 19h, e as pessoas vão chegando. Muitas pessoas. Numa velocidade que se sabe presente e entusiasmada. Um recinto sob um manto verde e a partir do qual as oscilações sonoras se perpetuam.

Às 20h, no Anfiteatro Parque Marechal Carmona, os ONOMA dão o mote à celebração. Os seis músicos de jazz, vencedores do concurso de talentos Ageas Cooljazz By Smooth FM, formam esta banda que, apesar de ter florescido só no final de 2023, já cultivou um jardim precioso e aprazível. São seis jovens estudantes que, juntos, criaram um projecto original e muito bem definido. Gonçalo Cravinho, Hugo Santos, Igor Cavaz, Lucas Oliveira, Simão Raimundo e Vasco Silva presentearam o público atento com várias composições em nome próprio. Por entre uma combinação sonora bastante multiforme, as sinergias geradas foram-se coadunando e, até, enraizando. Os instrumentos (teclado, bateria, contrabaixo, saxofone tenor, saxofone alto e trompete) soaram e soaram efectiva e consistentemente, não se confundindo nunca. Várias notas, muitas melodias, múltiplas variações que se mesclaram numa simbiose perfeita e única. Foi um belo início de noite.

Às 21h, no Palco Ageas, a banda britânica MORCHEEBA trouxe vibrações infinitas de sensações. A banda tem uma identidade bastante própria e criativa, e conta já com dez álbuns lançados. Skye Edwards fez-se escutar, dando-nos liberdade para sentir e para sermos o que quiséssemos ser naquela hora de concerto. Sentiu-se uma energia quase vital, elevando-nos para lá do quotidiano. Foi dançante e foi esvoaçante. Com a sua voz de veludo, a artista cedeu-nos a paz que não sabíamos que precisávamos, como quem nos diz ao ouvido que gosta muito de nós. Os quatro músicos (no baixo, na bateria, no teclado, na guitarra) criaram efeitos sonoros indispensáveis. Concebeu-se uma paleta de cores e de melodias muito consciente e muito perspicaz. Todos nos enchemos de sorrisos e de gestos ritmados, como se andássemos pelas ruas a desabrochar numa madrugada suave. Foi um momento musical (quase) espiritual, em que se recordaram músicas menos recentes e em que o diálogo entre os artistas em palco e o público na plateia foi constante do início ao fim. Foi um belo continuar de noite.

Às 22h30, no mesmo palco que os Morcheeba, faz-se ouvir a musa CHAKA KHAN. Uma colectânea de pessoas muito bem-disposta enquanto esperava por escutar a artista. Com uma vastíssima carreira, mais de uma dezena de álbuns, e tendo influência em vários géneros musicais, Chaka Khan apareceu em palco muito poderosa e muito pronta. Foi recebida com muitos aplausos e com muita alegria. A artista e a banda trouxeram fervor, vivacidade e fulgor a esta que seria a segunda noite da 20a edição do festival. A festa foi feita e celebrada, e o ritmo apaixonado esteve sempre lá. Durante todo o concerto, a cantora foi interagindo com o público de uma forma muito doce e meiga. A sua voz inconfundível e o vigor dos músicos resultaram em frescura plena. Que belo findar de noite.

Até já, Cooljazz. Vemo-nos nos próximos dias!



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