MEO Marés Vivas 2023 | Dia 3 (16.07.2023)
Adeus que sabe a passado com os Black Eyed Peas
A noite foi deles, mas Xavier Rudd, Fernando Daniel e The Script também não se fizeram de rogados numa terceira e derradeira celebração, desta feita no masculino.
e o primeiro dia de Marés Vivas 2023 foi feito com sabor português e o segundo dia foi marcado pelas mulheres, o terceiro contrariou tudo isso e foi quase exclusivamente masculino e “estrangeiro”.
Num domingo pós-almoço de família muitos escolheram deixar o sofá e a televisão dominical e rumar ao antigo parque de campismo da Madalena para dizer adeus a mais uma edição do festival gaiense. Antes do palco principal, os festivaleiros foram-se dividindo entre as atrações disponíveis das “sidelines”, gravitando entre o palco secundário, artistas de stand up comedy, as filas para os brindes, as maquilhagens de purpurina e até uma roda de samba.
A abrir as hostilidades um artista “down under”. Xavier Rudd parecia meio que desconhecido no meio de tantos artistas bastante populares entre o público português, mas bastou tocar «Follow The Sun» e «Spirit Bird» para muitos perceberem que já o tinha ouvido: Xavier Rudd é um sucesso no TikTok e a sua música já foi usada inúmeras vezes em Stories no Instagram.
O pendor ambientalista das suas letras e a sua defesa dos povos aborígenes emocionaram muitos dos presentes e caíram que nem uma luva num recinto rodeado de árvores. De repente, o pó que se levantava até parecia bem-vindo e o sol que despontava entre as folhas e os galhos servia de cenário perfeito para uma atuação em plena harmonia com a Natureza. O facto de ser bem-apessoado e gostar de andar sem camisola também deve ter, certamente, ajudado o público feminino presente a manter-se atento ao que se passa em palco…
Depois do australiano, voltamos a cantar português. Fernando Daniel é prata da casa e isso notou-se. Logo a abrir o concerto, fez questão de relembrar que, há bem pouco tempo, figurara no cartaz do Marés Vivas no palco secundário, pelo que o “upgrade” deste ano era um momento emotivo já robusta, mas curta, carreira.
Dono de uma voz que faz inveja a qualquer artista, o antigo vencedor do The Voice não deixou que o facto de jogar em casa o coibisse de “dar o litro”. O mulherio, notava-se, sabia as letras de «Casa» ou «Prometo» de cor e, por vezes, chegava a cantar mais alto que o artista, visivelmente entusiasmado com o apoio que sentia da audiência. Tivemos direito a confetti e fogo “preso”, que em nada ficou atrás de outras artimanhas de artistas internacionais e que provou, mais uma vez, que a aposta no “produto” da casa costuma ser uma ideia vencedora, pelo menos a norte.
Ainda no campo das emoções fortes (e, já agora, dos confetti precoces) teríamos, de seguida, os The Script, que trouxeram até à Madalena uma tour a que chamaram, literalmente, “The Greatest Hits”. Como tal, não seria de esperar nada mais que um desfiar de sucessos de uma banda que já conhece bem este palco (chegaram, pelas nossas contas, a encerrar o festival em 2015).
O concerto alternou entre a festa e a emoção, ou não tivesse sido também um espaço de homenagem a Mark Sheehan, ex-guitarrista da banda, que morreu em abril.
«Superheroes», «The Man Who Can’t Be Moved» ou «Hall of Fame» foram apenas alguns dos singles que os irlandeses usaram para cativar, mais uma vez, o público português, já bastante rendido. Uma excelente aposta do certame que, arriscamos, os trará de volta mais vezes até Portugal.
As honras de encerramento, no entanto, caberiam aos Black Eyed Peas, num concerto com sabor a passado. O espetáculo começou com a música certa: «Let’s Get It Started» deu o mote, mas não causou, nem de longe, a maior apoteose da noite. «Pump It», «Boom Boom Pow» ou «Meet Me Halfway» estariam, no mínimo, ao mesmo nível, mesmo sem Fergie.
«Where Is the Love?» ainda é hino, ficou comprovado, numa atuação feita deles e que culminaria com «I Gotta Feeling», que ainda toca nas nossas rádios. Um passado bem presente, este dos Black Eyed Peas, que ainda parecem estar em grande forma e, sobretudo, em boa forma suficiente para encerrarem o Marés Vivas 2023.
Para o ano há mais, a 19, 20 e 21 de julho.
Reportagem do dia 1 aqui e do dia 2 aqui.
There are no comments
Add yoursTem de iniciar a sessão para publicar um comentário.
Artigos Relacionados