Meo Marés Vivas (19.07.2019) Keane

MEO MARÉS VIVAS 2019 | Dia 1 (19.07.2019)

Eram uma das bandas mais esperadas do primeiro dia, e foi fácil perceber isso mesmo pela reação efusiva do público que enchia por completo toda a área junto ao palco principal.

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A azáfama de carros e de pessoas que tornam difícil circular nas ruas e passeios de Vila Nova de Gaia não engana, estão abertas as portas da Antiga Seca do Bacalhau, estão abertas as portas da 13ª edição do MEO Marés Vivas 2019, o festival apelidado de “O maior festival do Norte do país”. Se a localização, encaixada entre o rio e o mar e com vista privilegiada sobre a cidade do Porto, não sofreu alterações, é no interior do recinto que residem as grandes novidades com uma área mais vasta e fluida, uma “praça” de alimentação reforçada e com o palco principal a mudar também de local. A nova área contempla quatro espaços distintos que se complementam e procuram eliminar “tempos mortos”, destaque obviamente para o palco principal (Palco MEO), o Palco Santa Casa com uma aposta nítida na música portuguesa, o Palco RTP Comédia que dá espaço aos amantes do Stand Up Comedy e ao Bloco Moche totalmente dedicado às sonoridades mais eletrónicas.

MISHLAWI
Às 19:30h num final de tarde bastante frio e húmido, o palco principal abriu-se para o artista que tendo nascido americano cresceu e passou grande parte da sua vida em Cascais, e não foi preciso muito para que o público, maioritariamente jovem e já em quantidade considerável, reagisse ao hip-hop “caloroso” do seu disco “Solitaire”. «All Night», «Honor Roll» e «Uber Drive» foram dos temas mais aplaudidos do músico que teve sempre o cuidado de interagir com o público em inglês e português e que vincou a sua ligação com Portugal ao dizer “Eu sou sobretudo português não precisam de falar comigo em inglês”.

OS QUATRO E MEIA
Os Quatro e Meia que afinal são seis em palco trouxeram o baile dançante ao festival e por momentos não havia frio porque se dançava ao ritmo de «Sentir o Sol» e libertava-se a raiva do tempo despendido no trânsito com «Não respondo por mim». A banda de Coimbra transformou o recinto num arraial popular e nem os muitos estrangeiros presentes ficaram indiferentes aos ritmos dançantes de «Baile de São Simão» e «Bom Rapaz». A alegria contagiante que emanavam do palco funcionou como o estímulo energético para muito do público que talvez afetado pelo frio teimava em não deixar o corpo entrar na festa.

KEANE
Eram uma das bandas mais esperadas do primeiro dia, e foi fácil perceber isso mesmo pela reação efusiva do público que enchia por completo toda a área junto ao palco principal, quando os técnicos que preparavam o palco para o grupo de Tom Chaplin, Tim Rice-Oxley, Jesse Quin e Richard Hughes colocou uma imagem de fundo que apenas dizia KEANE. A banda que tinha dado o último concerto em Portugal em 2013 e que já tinha passado pelo festival na edição de 2009 abriu com «Bend and Break» e «Silenced by the Night» e foi passando pelos temas mais marcantes da sua longa discografia que quase sempre foi cantada em uníssono pelo público que “fala uma língua muito difícil”. Pelo meio, oportunidade de dar a conhecer alguns temas novos como «The Way I Feel», espaço para iluminar o recinto com as lanternas dos telemóveis ao som de «My Shadow» e para recolher e usar uma bandeira de Portugal que receoso perguntou “Não é de Espanha, pois não?”. Perto do final avisou “Se cantarem bem alto esta música prometo que depois de sairmos de palco voltaremos para algumas músicas mais” o publicou acedeu e os Keane cumpriram voltaram a palco e terminaram a sua atuação com um encore que incluiu «Everybody’s Changing», «Somewhere Only We Know» e «Crystal Ball» levando ao rubro a multidão.

KODALINE
Os repetentes irlandeses Kodaline que foram chamados para substituir os Snow Patrol fecharam o palco principal e apesar da “tarefa ingrata” de atuarem no mesmo festival dois anos consecutivos não deixaram de ter estatuto, a par dos Keane, de cabeças de cartaz e a julgar pelos comentários ouvidos no final da sua atuação não defraudaram as expectativas do muito público presente. Ao concerto de 2018 acrescentaram temas do seu último disco “Politics of Living” editado em setembro do ano passado, mas foram os temas mais conhecidos e aguardados «High Hopes», «All I Want», «Love Like This» e «One Day» que criaram o elo de ligação entre a banda e o “seu” público. Quase no final do concerto, a banda surpreendeu os presentes com a sua versão de «Chasing Cars», dos Snow Patrol. No final fica no ar a ideia que não sendo fácil fazer esquecer os Snow Patrol é certo que os Kodaline cumpriram e foram uma aposta ganha pela organização.

Destaque neste primeiro dia para a passagem no Palco Santa Casa de Joana Espadinha e Beatriz Pessoa com atuações sempre marcadas pela presença de muito público.

Para o segundo dia, há muito esgotado, são esperadas as atuações de Don Broco, Carlão, Mando Diao e o muito aguardado e aclamado regresso, ainda que temporário, dos Ornatos Violeta.

Texto por José Graça e fotografia por Inês Graça.



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