“A Rainha das Trevas” | Susan Carroll

“A Rainha das Trevas” | Susan Carroll

Magia negra, branca, um anel encantado, poções mágicas, venenos, encantamentos e caçadores de bruxas

De início, as quase 500 páginas de “A Rainha das Trevas” (Círculo de Leitores, 2013)  podem assustar um pouco. Mas, quando se entra na leitura, as vivências de cada personagem entrelaçam-se de uma forma tão perfeita e absorvente que o leitor dá por si a passar pelos capítulos e a chegar ao fim com aquela sensação de “soube a pouco”.

A ação tem lugar na época do Renascimento, mais precisamente em 1572, e conta a história de Ariane Cheney, a Senhora da Ilha Encantada, uma mulher sábia, uma curandeira. Ariane vive com duas irmãs – Gabrielle e Miribelle -, todas Filhas da Terra ou, como também são apelidadas por alguns, bruxas.

Dois homens vão mudar para sempre o seu destino comum, sobretudo de Ariane. Um deles é o conde Renard que, no começo, mostra ser uma pessoa arrogante ao querer desposar, contra sua vontade, a Senhora da Ilha Encantada. Com o desenrolar dos acontecimentos, a sua verdadeira personalidade virá ao de cima e, sobretudo os leitores mais românticos, darão por si a sorrir, devido aos diálogos espirituosos e descrições de algumas cenas capazes de arrebatar as almas mais sensíveis; o outro é o soldado Nicholas Remy, portador de umas luvas envenenadas que haviam causado uma morte, e que virá ao encontro de Ariane pedindo-lhe ajuda para provar a culpa de Catarina de Médicis.

Com uma mão cheia de personagens bem caracterizadas e convincentes e ainda umas pitadas de magia negra, magia branca, um anel encantado, poções mágicas, venenos, encantamentos e caçadores de bruxas, este livro mantém o leitor em suspense, pregado aos acontecimentos que estão por vir e que tenta, às vezes em vão, adivinhar. A leitura fez-se de forma lenta, para saborear a narrativa e para melhor absorver os detalhes. É um daqueles livros que, mesmo quando está na mesa-de-cabeceira, continua no pensamento.

Entre factos imaginários e factos reais, Catarina de Médicis é uma das figuras principais deste livro. O massacre de S. Bartolomeu, que teve lugar em Paris na noite de 24 de agosto de 1572, consistiu numa matança atribuída pela lenda à magia negra utilizada pela Rainha de França, e é retratado neste livro a par de acontecimentos ficcionados, muito bem urdidos pela autora Susan Carroll.

No final, a história de Ariane fica encerrada, mas não a das suas irmãs. Fica a ansiedade de ler “A Cortesã”, o próximo volume da saga A Rainha Negra, que desenvolve a personagem Gabrielle. Fica também a certeza de que muito mais horas de prazer virão com a leitura deste enredo, uma vez que, ao todo, esta saga tem seis volumes: “A Rainha das Trevas”, “A Cortesã”, “A Rosa de Prata”, “A Caçadora”, “O Fim da Rainha” e “A Senhora dos Segredos”.

“A Rainha das Trevas” é um livro que tem todos os ingredientes para agradar a um público muito diversificado: os que gostam de romances históricos, os que preferem a fantasia, os que deliram com um romance com alguns toques de erotismo, os que adoram uma boa intriga, os que não prescindem de momentos de ação ou, simplesmente, os que têm curiosidade em saber um pouco mais sobre quem foi Catarina de Médicis, aquela que ficou conhecida na História por Rainha Negra. Com tantos pontos a favor, não admira que esta obra seja um sucesso lá fora, sucesso esse que irá, certamente, alargar-se ao nosso país. Uma leitura recomendada sem reservas!



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