BD no Cinema
Há quem diga que já não existe originalidade no cinema. Eu discordo
Antes de mais, é pertinente colocarmos a palavra Cinema no tempo e no espaço. Referimo-nos, claramente, a Hollywood e à grande máquina cinematográfica que está por detrás dos grandes sucessos, ou, pelo menos, blockbusters que estamos habituados a ouvir e comentar. Este Hollywood não é o mesmo de anos vencidos, os denominados anos dourados, onde os argumentos eram construídos de uma forma cuidadosa e onde a preocupação recaía principalmente sobre a produção que precede a construção de uma obra cinematográfica.
Hoje em dia tudo foi alterado. Talvez pela força das novas tecnologias, o argumento foi sucumbido pela crescente presença dos efeitos especiais que tanto enchem o olho a quem se senta numa cadeira de um cinema.
Há quem diga que já não existe originalidade no Cinema. Eu discordo. A meu ver, não existe é grande espaço de manobra para quem quer fazer algo de novo, inovar nalgum aspecto. Opta-se, então, pelo que é certo, pelo que é evidente que rende. Neste ponto são introduzidas, flagrantemente, as bandas desenhadas.
Porquê apostar numa história que ninguém conhece quando existem milhares de fãs de tramas facilmente adaptáveis ao grande ecrã? Considero ser este o pensamento a reinar no Hollywood de hoje em dia.
Porém, nem sempre assim foi. Desde 1944 que estas adaptações acontecem, no entanto sempre com um resultado longe do positivo. Desde o “Capitão América” (por cá denominada como “A Morte Vermelha”), até às edições dos anos 70, passando pelo “Howard the Duck” de George Lucas em 1986, nenhuma obra catapultou as grandes personagens das aclamadas bandas desenhadas para o estrelato do Cinema mundial. Só em 1999 com a grande surpresa de “Blade”, seguido pelo grande sucesso de “X-Men” e “Spiderman” é que a grande porta da sétima arte se foi abrindo aos poucos.
Recentemente, com a adaptação “The Avengers” de Joss Whedon, é que as obras de Cinema fizeram jus à literatura. Pelo menos no que toca a níveis monetários. “The Avengers” ou “Os Vingadores”, em Português, um filme estreado em 2012 e estrelado por Robert Downey, Jr., Mark Ruffalo, Jeremy Renner, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson e Chris Evans, foi mais do que um sucesso de valor já calculado; arrecadou mesmo o terceiro lugar nos maiores lucros de bilheteira de todo o mundo.
E estas adaptações não param, seguem-se remakes, prequelas e até novas abordagens a filmes já existentes, como é, por exemplo, o caso de “The Amazing Spiderman”. Esta nova perspectiva realizada por Marc Webb, onde as parecenças com a anterior obra de Sam Raimi são praticamente nulas. Trata-se de um trama muito mais ligada à banda desenhada, e que tem sido encarada como a melhor adaptação deste herói proveniente dos laboratórios da Marvel.
Mais uma vez reforço a ideia, não há uma crise de criatividade quando falamos de Cinema norte- americano. Há sim uma crise económica que afecta qualquer bolso. Obviamente não falamos de meia dúzia de tostões, mas os milhões com que diariamente lidam são cada vez mais poupados. E aí sim, tudo o que sai, tem de encher as grandes salas mundiais.
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