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Bicycle Film Festival 2012 – Reportagem

As bicicletas querem girar pelas ruas, explorar e inventar

O início do mês de Novembro recebeu em Lisboa a 4ª edição do Bicycle Film Festival.

Este festival é uma celebração da bicicleta pelo cinema, música e artes. As sessões tiveram lugar no Auditório Carlos Paredes, na Av. Gomes Pereira, e ocorre há já 12 anos pelas principais cidades do mundo.

O culto da bicicleta pelas ruas de Lisboa tem-se expandido a olhos vistos. São pessoas apaixonadas pelas duas rodas, dispostas a passar pelo meio do trânsito e a chegar primeiro que todos os outros ao destino. Ciclistas que pedalam com vontade, assumidamente urbanos e que nem as 7 colinas de Lisboa os detêm.

Portugal está em crise. A bicicleta não é de todo uma das medidas de austeridade, já que ajuda na poupança, oferece uma mobilidade sustentável e elegante, torna as idas ao ginásio desnecessárias depois de se começar a pedalar, com estilo claro, deixando a alma satisfeita.

Há vários grupos portugueses que promovem este culto pertinente pela bicicleta, como o Matilha Cycle Crew, o Jornal Pedal ou o Lisbon Cycle Chic, para dar alguns exemplos.

O Festival abriu com uma Street Party no Largo do Intendente e seguiu-se uma corrida de ciclorientação urbana, a Lx Alleycat 12.

Depois disso, as projecções começaram. Cada sessão incluía a exibição de algumas curtas-metragens, em que a bicicleta é a personagem principal. Os argumentos, o género e o formato são do mais variado possível, o elo de ligação entre eles é mesmo a bicicleta.

A programação deste festival é diferente do que estamos habituados. Segue uma linha cheia de boa disposição, mas ao mesmo tempo tranquila. O protagonismo da bicicleta é constante, embora a abordagem seja tão diversificada que deixa a monotonia rendida.

Uma das melhores curtas em exibição foi “Ski Boys” de Benny Zenga. Este filme é sobre as bobinas perdidas dos Ski Boys, que documentam as suas experiências criativas no Ontário rural durante o início dos anos 70. Uma curta louca, com ciclistas enlouquecidos e bicicletas tresloucadas. Através de filmagens “caseiras”, com um resultado genuíno, fantástico e bem conseguido. São oito minutos de diversão filmados com uma Super 8, câmara que se caracteriza pelas qualidades de saturação superior e de granulado, permitindo fazer experiências cinematográficas a um baixo custo.

Por último, destaque para as curtas. “Candy Rides”, de Jason Giampietro, conta a história de um pintor que se deixa seduzir por uma jovem enquanto pedala por Brooklin. “Killjoy Rising”, de Jordan Utley, um olhar que rejeita a BMX como um desporto, promovendo-a antes como uma cultura. “Line of Sight”, de Benny Zenga, reúne 60 minutos das melhores imagens captadas por Lucas Brunelle, que durante mais de uma década filmou várias provas com câmaras no capacete e o “Jim´s Lines” de Patrick Trefz, um artista e cozinheiro de Santa Cruz, Jim Denevan, cria “Land art” com a sua bicicleta à beira-mar. Vale mesmo a pena ver e investigar sobre todos os filmes que foram exibidos.

Depois de todo este frenesim, torna-se impossível não pegar na bicicleta. Subir pode ser difícil, descer é sempre a curtir e quando é plano ganha-se asas nos pés. As bicicletas querem girar pelas ruas, explorar e inventar.



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