“Cabeça no ar” | Barbara Esham e Mike Gordon
Ideias ao alto e pés na sala de aula
Num tempo em que as crianças têm acesso facilitado a tudo, às informações e às notícias, às pesquisas e às opiniões, estar atento nas aulas tornou-se uma tarefa ainda mais complicada para elas, mas também para professores e pais. A Maria adora Ciências mas, por mais que se esforce, não consegue estar atenta durante toda a aula. A professora decide então dar uma ajuda para que a cabeça da Maria deixe de andar pelo ar e aterre na sala.
“Cabeça-no-ar” (Arteplural Edições, 2014) dá seguimento à tão aplaudida coleção Geniozinhos, cujo grande objetivo é adaptar a aprendizagem aos problemas e fragilidades de cada criança, mostrando que todos os problemas têm uma solução própria.
Neste quinto livro da coleção, os textos de Barbara Esham e as ilustrações de Mike Gordon falam de criatividade e concentração. Assim, conhecemos a Maria que guarda na cabeça demasiadas ideias que, de tanto se multiplicarem e crescerem, não deixam espaço suficiente para que ouça o que se passa na aula de Ciências.
A professora dá à Maria um diário, onde ela poderá registar tudo o que lhe vem à cabeça durante as aulas, seja lá o que for, desde as acrobacias com a prancha de body board à vida de Albert Einstein, ou ainda uma festa de pijama. Anotando as suas viagens mentais no diário, a Maria perceberá que anda distraída e que, a matéria de Ciências, está bem longe dos seus pensamentos. Longe do quadro, dos colegas, dos manuais e da voz da professora, a Maria leva as suas ideias para longe, inventando coisas para além da matéria, criando Ciência para além da aula.
Apresentando o pensamento criativo da Maria, mostramos a todos os pequenos leitores como a criatividade da criança pode, por um lado, distraí-la mas, por outro lado, ser torneada e gerida para dar bons frutos, no futuro. Contudo, a Maria mostra também a pais, educadores e professores como a atenção dos alunos nas aulas tem de ser cativada e a criatividade valorizada. Acima de tudo, este novo livro dos Geniozinhos equilibra o dever de alunos e professores e concretiza o direito das crianças em sonhar ideias no ar, vivendo-as, depois, com os pés no chão.
Da mesma colecção:
“A caligrafia toda bonita da Andreia Gomes” | “Geniozinhos” | “Se és tão esperto, porque é que não sabes escrever “sussurrar”?”
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