Erro!
A cumplicidade entre o homem e a máquina no fabrico de canções Pop.
As últimas décadas do século XX ficaram obviamente marcadas pela informática e pela utilização do computador como principal ferramenta de trabalho. Hoje em dia, tudo tende a ser informatizado e a especialização começa a fazer sentir-se no mercado de trabalho em qualquer ramo de negócio, onde os conhecimentos informáticos são vitais para uma carreira de sucesso.
Mas o computador é muito mais que um “utensílio” de trabalho. Um cidadão do século XXI já não passa sem ver o seu e-mail, falar no msn, ler o seu jornal electrónico ou visitar o seu site preferido. Estamos na era das tecnologias da informação e a música não passou ao lado desta evolução.
A música electrónica nasceu e evoluiu com os computadores. As vertentes são imensas, desde o uso de computadores como sintetitazadores, até ao experimentalismo mais puro através da manipulação de sons. A máquina transformou-se num meio de transmissão de ideias e sensações.
É com essa máquina que João Palma, arquitecto de 36 anos, tem exprimido a sua visão da realidade, em temas pop caracterizados pela experimentação electrónica, mais ou menos profunda e que se materializa no projecto “Erro!”.
A história de João Palma como músico remonta ao fim dos anos 80, início de 90, no Algueirão, onde actuou como guitarrista e baixista em diversas bandas locais. Para além desta vertente musical “activa”, esteve também envolvido na divulgação da música alternativa com um programa de rádio local.
Quando começou a conhecer as revistas espanholas Future Music e Computer Music, descobriu que “facilmente podia utilizar o pc para fazer música”, e através da exploração do software “Buzz“, descobriu a base criativa do projecto instrumental que em 2002 foi baptizado de “erro!”.
Depois de ter alguns temas editados em compilações de revistas espanholas, João Palma decide vocalizar os seus temas, primeiro através de “covers” e depois utilizando os seus poemas, nascendo também o web site que tem sido o principal veículo de divulgação do seu trabalho.
Mas a Internet não é o único meio de divulgação utilizado pelo artista que, no decorrer destes anos, tem “editado” os seus temas. É um desses trabalhos que chegou às nossas mãos e que serve de apresentação ao trabalho do músico.
São quatro as músicas incluídas em ”queres tentar?”, onde a voz se mistura com ambientes electrónicos em doses moderadas, criando um notável exercício de estilo, bastante egocêntrico e pessoal. “Escrevo poemas que só eu posso compreender”, é uma passagem da primeira faixa, “frio digital”, e espelha as intenções do músico neste seu projecto a solo.
No decorrer deste ano está prevista a edição, pela Cobra (editora dos Mão Morta), do aguardado primeiro longa duração do projecto, de título “isto é o quê, mãe”.
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