L’Impératrice @ LAV (02.11.2024)
Com os L'Impératrice é tão bom dançar por esta vida fora.
Texto por Patrícia Santos e fotografia por Andreia Carvalho.
A banda francesa regressou renovada, com Louve como nova vocalista (após a saída de Flore, ao fim de nove anos).
A abertura do concerto seria feita pelos Best Youth, a banda portuguesa de indie rock e dream pop electrónico. Ed Rocha Gonçalves e Catarina Salinas encheram o palco de arrojo e à vontade, deixando o público bastante entusiasmado com aquilo que ouvia e sentia. Era notória a felicidade que os nutria, da mesma forma que fomos todos muito felizes a escutá-los e a vibrar com eles. Foram cerca de trinta minutos imparáveis.
Chegaram as 21h. E a fila infindável ia diminuindo à medida que as pessoas resvalavam para o admirável mundo novo que seria a sala 1 do LAV naquela noite. E que admirável mundo novo esse. Se estávamos preparados, também sabíamos que aquela era a noite pela qual esperávamos (não estivesse o concerto já esgotado há tanto tempo…). Muita ânsia, muitos assobios, muitos aplausos, muita sede de pertencer.
O cenário instalado à nossa frente era ousado e, ao mesmo tempo, muito decidido. Tudo disposto simetricamente, como um convite à perfeição. Tudo revestido de lantejoulas, como uma matriz da luz maior. E as letras soletrando “L’Impératrice” incrustradas e cheias de brilho.
O ambiente começa a moldar-se e as movimentações de luzes anunciam a chegada da banda. Entram os cinco músicos e os gritos empolgados do público são ensurdecedores. O som icónico que tão bem os distingue instala-se devagarinho. Entra Louve que, consigo, traz «Amour Ex Machina». Assola-nos o passo dançado, é impreterível que assim seja.
“Boa noite, Lisboa! You look amazing, as usual!” anuncia a banda no alto da sua bondade. Demoram-se os olhares deles nos nossos e os nossos nos deles, como demanda o bem-querer. Os seis elementos da banda vestiam figurinos que, junto ao peito, tinham luzes que iam mudando de cor. Era uma sinfonia autêntica, como se figurassem as diversas emoções que todos estávamos a viver ali, naquele pedaço de tempo inato.
Navegou-se pelo novo álbum “Pulsar”, nomeadamente através da «Me Da Igual», da «Girl!», da «Danza Marilù», da «Love from the Other Side» e da «Sweet & Sublime». Além disso, foram entoadas outras melodias que não são nada indiferentes, tais como «Vanille fraise», «Agitations tropicales», «Voodoo?» e «Anomalie bleue».
Ao assolar-nos o passo dançado, ficámos mais sãos e revitalizados. Foi um crescendo de intensidade quase febril que não cessou de nos fazer querer mais e mais. Por entre quadros mais lentos e suaves, ou imagens mais assertivas e potentes, podemos definir os nossos contornos e, ao mesmo tempo, fundir-nos uns nos outros como se fôssemos prolongamentos capazes da mesma matéria.
“Are you ready to party?” “Are you having a good night?” “Lisbon you are amazing!” frases que se ouviam nas vozes dos L’Impératrice por entre as canções. Empenhados, atentos e perspicazes.
Duas horas de uma sonoridade tão viajada, tão quimérica e, simultaneamente, tão terra-a-terra. Duas horas que nos expandiram e nas quais até houve coreografia em palco! Foi, de facto, a noite na qual o nosso coração ficou curado!
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