Keane

Muito bem comportados.

O regresso dos Keane a Portugal deu-se na passada sexta-feira para um concerto especial, especialíssimo. O local escolhido foi a Aula Magna, ao invés do Coliseu como ocorrera na estreia da banda por território luso, e o mote central era apresentar em primeira mão alguns temas da novidade “Under The Iron Sea”, que verá a luz do dia no começo de Junho.

Os bilhetes esgotaram num ápice, a meio da tarde começou a agitação às portas da Aula Magna. Expectativas no ponto máximo, portanto. A banda cumpriu? Sim, cumpriu. Eficácia ao máximo, um profissionalismo exemplar, umas canções melhores que outras, certo, mas um saldo final globalmente positivo.

O arranque deu-se com um momento instrumental de responsabilidade directa do teclista Tim Rice-Oxley, num registo experimental como até hoje não havíamos ouvido nos Keane. Bom, muito bom. Seguiu-se «Atlantic», do novo disco – canção bonita, das melhores novidades apresentadas. Ao terceiro tema, «Everybody’s Changing», já o público estava na mão dos Keane. De pé, todos gritaram, saltaram, cantaram, desde o casalinho adolescente ao trintão de ocasião passando pelo jovem rapaz (10 anos?) que veio ao concerto (o seu primeiro, provavelmente) com a mãe.

De “Hopes and Fears” recuperaram-se meia dúzia de temas, com evidência maior para «Somewhere Only we Know» e, já em encore, «This is The Last Time». Quanto aos temas novos, nem todos são particularmente inspirados, uma ou outra balada pareciam perfeitamente dispensáveis, por exemplo. Mas há já da parte de Tom Chaplin e companhia uma notável segurança na apresentação das canções de “Under The Iron Sea” – o concerto agendado para daqui a um mês no act 1 do Super Bock Super Rock tratará de sustentar ainda mais isso.

Longe de serem uma banda particularmente inspirada, de incoerência ninguém pode acusar os Keane. Nem de falta de profissionalismo. O concerto na Aula Magna de Lisboa foi apenas mais uma prova de que nem sempre uma banda precisa de ser fora de série para causar boa impressão.