Monstra 2012
A Monstra está de regresso para mais um festival dedicado ao cinema de animação a decorrer entre 19 e 25 de Março por várias salas espalhadas em Lisboa e mantendo o núcleo duro no São Jorge.
Por falar em costumes, é bem sabido que em todas as edições da Monstra há sempre um país em particular a ser homenageado. Este ano as honras cabem à Alemanha, país prolífico em produções de animação, e prova disso é o leque hercúleo de mais de 100 filmes a serem exibidos na sua retrospectiva. Uma viagem pela História da animação Alemã desde os anos 20 até à actualidade, passando por alguns dos nomes mais consagrados do género, tais como Lotte Reiniger, Bruno Böttge ou Raimund Krumme.
O Japão volta a ser, uma vez mais, um país de destaque no festival. Para os fãs de animação japonesa, certamente não passará ao lado a oportunidade de verem em sala alguns dos filmes de Isao Takahata (“O Túmulo dos Pirilampos”) e de Noriko Morita (“Utsushimi”). Aliada a estas duas retrospectivas, ainda vão passar a sequela de um dos maiores clássicos de ficção científica do animé; falo de “Ghost in The Shell II” e também “Winter Days”, da colecção Haiku de Matsuo Basho, que contou com 35 realizadores de animação de todo o mundo.
A Monstrinha, dedicada aos mais novos, também não faltará. A ligação entre a animação e as crianças sempre foi um dos pontos mais fortes deste festival, que se preocupa não só com a exibição de filmes mas com toda uma série de actividades que as tornem também parte deste mundo. Nesse sentido é de salientar a oficina dirigida por Jean-Luc Slock (Atelier Camera-etc) e Karine Jeannet (Atelier Labodanim), que vai colocar as crianças a escolherem uma música e a partir de Post-its criarem um filme de animação.
O programa, no que toca à formação, é bastante extenso contendo um workshop de animação em Processing por Rui Madeira e outro dedicado ao desenho de linha e movimento por Raimund Krumme, um dos autores alemães com retrospectiva no festival.
Nas Masterclasses, saliento a de Ron Diamond intitulada “Tudo o que sempre quis saber para concorrer ao Oscar, mas nunca perguntou” e a de Pierre Hébert sobre a animação e o mundo real, debruçando-se sobre a linguagem neste meio, os movimentos reais, as posturas, etc.
Para terminar, não podia deixar de mencionar a exibição de dois grandes clássicos da animação, onde a suas semelhanças começam e terminam precisamente no facto de ambos se terem tornado clássicos. O primeiro trata-se de um dos maiores filmes da Disney, “Bambi”, de David Hand, e o outro é o incontornável “Fritz The Cat”, personagem memorável da Banda Desenhada e da autoria de Robert Crumb, que foi também imortalizada na animação por Ralph Bakshi. O primeiro comemora 70 e o segundo 40 anos. Definitivamente a não perder.
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