“O Mangusto” de Joana Mosi
O processar da dor
O Mangusto, de Joana Mosi (Arte de Autor, 2023), é sobre trauma, as tristezas que nos assolam dia a dia, o inesperado, e as reações provenientes de quando somos confrontados com o inevitável.
Criado por Joana Mosi, artista visual multipremiada, licenciada em Pintura pelas Belas Artes, Mestre em Cinema, formadora e professora em várias instituições, com atividades culturais regulares, dentro e fora do País, bem como vencedora de uma das bolsas de Criação Literária da DGLAB.
Mosi, já não é nova nestas andanças, tendo começado os seus desenhos na adolescência, com a publicação de Someone Stole My Panties, um webcomic inspirado na sua vida pessoal. Daí, partiu para os seus próprios zines em 2016 (Não Faças Nada Que Eu Não Fizesse, Estado de Desgraça, entre outros); as suas BD, com especial destaque para a série Altamente (2016, Comic Heart), Nem Todos os Cactos têm Picos (2017, Polvo), O Outro Lado de Z (com Nuno Duarte; 2019, Comic Heart/Kingpin Books), Bagels for Breakfast (2019, Erva Daninha), Both Sides Now (2020, Ao Norte), My Best Friend Lara (2021, edição de autor) e The Apartment (2022, kuš!); e a participação em antalogias como Sobressaltos (2016, Comic Heart/Europress) e Nódoa Negra (2018, Chili Com Carne).
Júlia, partilha a sua casa com o irmão mais novo, criador e apreciador de videojogos.
Num certo dia, descobre que algo lhe destruiu a sua pequena horta. Desconfiada de que se trata de um mangusto, procura todo o tipo de informações sobre a criatura, para se ver livre dela, já que ninguém parece conseguir ajudá-la com a situação.
Entre altos e baixos, Júlia sente-se sufocada pelas perguntas da mãe, o irmão que não sai de casa, nem arranja trabalho, a pressão no trabalho, e o mangusto que teima em destruir-lhe a prezada horta. A única solução é colocar mãos à obra e resolver ela mesma o problema.
Toda a situação é um espelho que reflete o verdadeiro conflito em questão, a necessidade de um se tornar responsável pelos seus problemas e a decisão de ‘agarrar o touro pelos cornos’, e ultrapassar o que os estagna e não lhes permite sarar.
O Mangusto, de Joana Mosi, é sobre dor, perda, luta e a força para seguir em frente, bem como a importância do apoio familiar e de saber pedir ajuda. É um processo duro de aceitação e adaptação.
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