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Os Tornados @ Maxime

Sexta-feira, 18 de Setembro. O fascínio pela mais estimulante década do século XXI.

Há quatro anos assistimos à explosão dos Azeitonas, esse divertido combinado de referências da década de 60 que apareceu tão depressa quanto se escondeu. Em 2009, quatro anos depois do seu nascimento, explodem os Tornados. E com o primeiro disco dos Tornados, o segundo dos Azeitonas.

Os Tornados são um sexteto, vestem-se a rigor e, ao contrário de que se possa pensar, não são a típica banda para programa da manhã da televisão portuguesa. Pelo menos não o foram, desta vez, no Maxime. São seis, já o referimos, e dividem funções pelas guitarras – uma acústica (Manuel Oliveira) e duas eléctricas (Nuno Silva e Tiago Gil) –, baixo (Miguel Lourenço), teclados (Marco Oliveira), bateria (Hélder Coelho) e pandeireta e um theremin (Manuel Oliveira) – instrumento primitivo que pode ser controlado sem lhe tocar.

Depois de «De Novo à Espera», o primeiro tema da noite, os Tornados mostram ao que vêm: “Vamos tocar alguns temas do nosso primeiro álbum, aliás, vamos tocar todos…”. De facto, tocaram todos. Desde o apelo ao abanar da anca de «Na Vertigem» aos muitos instrumentais – cinco ao todo – apresentados. Aliás, os instrumentais parecem ser uma parte importante nos Tornados, desde 2004, o ano da sua formação – na altura chamavam-se Contrabando.

No seu site oficial referem que o seu “fascínio pela mais estimulante década do século XXI é profundo”. Nem seria necessário referirem-no. No Maxime bastou uma canção para verificar que os Tornados devem tudo à década de 60.

“Tirar as mesas da frente do palco foi a melhor coisa que fizeram no Maxime nos últimos anos”, brinca o vocalista Nuno Silva pedindo ao público que se aproxime do palco para dançar ao som de temas como «Twist do Contrabando». Este tipo de apelo foi frequente ao longo do espectáculo. A falta de calor humano na frente do palco foi uma constante até ao final do concerto.

“Está muito calor aqui em cima”, refere Nuno após uma suada «Ai Menina», mais um instrumental. A boa disposição é uma constante. Os temas apresentam títulos tão coloridos como «Tempo de Verão», «Sai da Minha Beira» e «Catraia», o single que apresenta a banda do Porto.

«Valsa da Despedida», canção que vai estrear, segundo a banda, numa série de televisão muito em breve é seguida da apresentação da banda que, nota-se, está satisfeita por estar ali, no seu verdadeiro habitat, a sala de espectáculos, a tocar, a fazer dançar. 

O esperado encore trouxe uma banda sem casaco, descomposta. «O Vento Mudou», “dedicada a Eduardo Nascimento” e o muito festejado single «Catraia», canção que, a par de mais dois ou três temas dos Tornados, tem um óptimo potencial radiofónico.

Não sabemos se os Tornados vão fazer melhor que os Azeitonas, mas sabemos que são melhor banda e têm melhores canções que os seus conterrâneos. E isso, para já, é suficiente.



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