Sonhos & Pesadelos

A mais recente exposição de Bartolomeu dos Santos vai permanecer até 30 de Abril na Galeria 111 em Lisboa. Conheça aqui o que vai ver.

Fundada em 1964 a Galeria 111 é a mais antiga galeria portuguesa sem interrupção de funcionamento desde a sua abertura. A galeria iniciou a sua actividade com alguns artistas que até à data nunca tinham exposto como Joaquim Bravo, Álvaro Lapa, Palolo, António Sena e outros que se apresentaram no início da sua carreira artística – Manuel Baptista, Eduardo Batarda, René Bertholo, Noronha da Costa, João Cutileiro, José de Guimarães, Jorge Martins, Graça Morais, José Rodrigues.

Em 1971 a Galeria 111 abriu no Porto um segundo espaço a que deu o nome de Galeria Zen. Em 1996 depois de uma reestruturação, o nome da galeria mudou para 111 Porto. Estejam atentos à próxima edição da Rua de Baixo para conhecerem melhor o espaço da cidade invicta.

Bartolomeu Cid dos Santos, nasceu em 1931 e tem um curriculo invejável. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa entre 1950 e 1956 tendo posteriormente completado os seus estudos em Inglaterra. A sua experiência fora de Portugal é extraordinaria e o conjunto de paises pelos quais a sua obra já foi exposta não deixa ninguém indiferente.

Foi artista visitante em numerosas escolas de Belas Artes na Grã Bretanha. No estrangeiro foi professor visitante da Universidade de Wisconsin, em Madison (1969 e 1980), na Konstkollan Umea, Suécia (1977 e 1978), no National College of Art em Lahore, Paquistão (1986 e 1987) e na Academia de Artes Visuais de Macau em numerosas ocasiões.

Teve a sua primeira exposição individual em 1959, na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. Desde então expôs individualmente 82 vezes um pouco por todo o mundo tendo estado presente me mais de 200 exposições colectivas, destacando-se a Avant Garde British Printmaking 1914-1960 no Museu Britânico, em 1990 e 2000 e Signatures of the Invisible em Londres, na Atlantis Gallery. Em 2001 tem duas retrospectivas, respectivamente no Centro Cultural de Cascais e em Londres na Galeria do London Institute.

Na Galeria 111 irá estar exposta até dia 30 de Abril a sua mais recente exposição, entitulada de “Sonhos e Pesadelos”. Produzido, em parte, ao longo de 2003, este conjunto de trabalhos assume-se assim como um impressivo radar crítico sobre a sociedade contemporânea. Num ano marcado pela Guerra do Iraque, ele é igualmente o móbil para uma outra batalha – a da constante interrogação sobre os artifícios de uma autoridade pretensamente camuflada, dos seus jogos de poder e discursos simbólicos – que habita a sua obra desde início.

É num acumular demetáforas que se encontram as telas de Bartolomeu dos Santos, em colagens, areias e rasuras perpetradas na superfície do suporte, em registos caligráficos sugerindo palavras de ordem, comentando pontualmente o que a imagem escondendo revela, através da subversão dos mecanismos publicitários.

Fica feito o convite a todos aqueles que estejam interessados a (re)descobrir a obra de um dos maiores artistas portugueses do século XX.



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