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Videojogos nas redes sociais

Jogar é um acto social?

Dizer que as redes sociais vieram para ficar pode ser um statement arriscado – especialmente na era do imediato e do efémero em que vivemos. No entanto, as redes sociais são, na sua origem, a extensão de um comportamento natural humano aplicado a uma realidade virtual onde o potencial de desenvolvimento do “eu” enquanto ser social é infinito. Portanto, se estamos a falar de Facebook, Twitter ou qualquer outra forma de rede social, sabemos que estamos a falar de uma tendência que veio para ficar.

Poderíamos neste artigo explorar as redes em si ou até o seu impacto na sociedade, mas decidimos dar um foco mais específico ao fenómeno das redes sociais – os videojogos. Não vamos falar de jogos que são redes sociais por si (World of Warcraft ou outros MMO) mas sim jogos que, na sua origem, são considerados stand-alone e, devido ao impacto das redes sociais, ganharam uma nova dimensão e já são pensados para entregar uma experiência mais integrada com as nossas listas de amigos.

Existem alguns jogos em desenvolvimento que já trazem esta realidade enquanto uma feature nas suas características. Vamos abordar quatro jogos específicos que nos chamaram à atenção pela forma como integram as redes sociais ou um comportamento social de uma forma orgânica e interessante. E o mais fascinante é que nenhum deles segue a mesma fórmula:

  • O Little Big Planet foi um fenómeno de vendas da PS3 – seja pela sua jogabilidade simples ou pelo facto da maioria dos níveis serem criados pelos próprios utilizadores. Era mais que normal que viesse a caminho um Little Big Planet 2. Este já não só vai permitir a criação de níveis por parte dos utilizadores como também a criação de campanhas inteiras (entenda-se campanhas como uma sequência de níveis criados por utilizadores) entre vários jogadores diferentes que criem os níveis em conjunto. Da mesma forma, a integração de Facebook Connect levará a que, para cada acção efectuada dentro do jogo, exista um feed do utilizador no Facebook relativamente ao próprio jogo.
  • O Def Jam Rapstar é a nova incursão da série Def Jam nos videojogos – considerem um Singstar cruzado com Guitar Hero. Os utilizadores fazem vídeos de rap inspirados nos seus artistas favoritos e podem fazer upload dos vídeos para o Youtube como inspiração a outros competidores no jogo. Mas onde o jogo ganha o seu verdadeiro social twist é nos followers. Inspirado no modelo do Twitter, os utilizadores podem seguir outros utilizadores dentro do jogo. Os jogadores com mais fãs são destacados na homepage do jogo e têm estatutos especiais. User Generated Celebrities, se o quiserem chamar.
  • O Halo: Reach para a XBOX refinou as regras que já tinha no Halo 3. Mas onde isto é mais notório é no matchmaking tool – a ferramenta utilizada para definir em que grupos de multiplayer o utilizador será mais adequado. O jogador pode adequar o seu Psych Profile de acordo com características pessoais e não só de acordo com o nível de jogo. Fala muito ou pouco durante o jogo? Joga para ganhar ou divertir? Joga em equipa ou é um solitário? Este nível de personalização do multiplayer traz toda uma camada de input pessoal que vai além do habitual nível de jogo e personagem que os jogos já nos habituaram e torna a experiência, sem dúvida, mais próxima.
  • O Fable não é novidade nenhuma para qualquer jogador de RPG. Sendo o grande bastião do género para a XBOX, os fãs do jogo andam a pedir a capacidade de integração multiplayer com maior maturidade desde o primeiro jogo. O segundo já trouxe algumas melhorias mas altamente limitadas para o que os fãs consideraram ser o necessário para a experiência ser interessante. Logo, os criadores do jogo já prometeram, para o Fable 3, a capacidade dos jogadores entrarem nos jogos uns dos outros na totalidade – uma vez que antes dava para entrar com personagens genéricas e apenas no limite da câmara do jogador host – e ainda mais – as acções dos nossos amigos no nosso jogo podem impactar todo o mundo em que estamos a jogar, para bem ou para mal!

Esta é apenas uma amostra do shift a que assistimos nos videojogos – a tendência social num ambiente prime. A questão será até onde irá esta integração e até onde as produtoras nos vão conseguir surpreender. Seja como for, se antes um hardcore gamer era um solitário, neste momento poderá vir a ser aquele amigo no Facebook que tem mais ligações e interacções na rede social.



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