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XX Festival MED | Dia 2 (28.06.2024)

As rotações continuaram elevadas no segundo dia do Festival Med, desde os ritmos africanos homenageados pelos Acácia Maior, ao sopro hip hop dos Hip Horns até à alegria esfuziante da Kumpania Algazarra.

A sexta-feira do XX Festival MED decorreria sob o signo dos metais, que já tinham tido papel relevante no dia de abertura, e que agora vincariam definitivamente a sua preponderância.

Não seria, todavia, o caso da performance dos Acácia Maior, que abririam a torneira musical no Palco Chafariz, que abarca sempre uma aura especial, e o qual não havíamos visitado na jornada anterior. A aventura pelo legado e futuro da música africana, em particular dos PALOP, fundada por Henrique Silva e Luis Firmino assinou uma belíssima exibição em terras algarvias, que são caras a ambos. Com os habituais convidados Débora e Lula’s, os Acácia Maior providenciam uma verdadeira oficina de ritmos africanos a que vale indubitavelmente a pena prestar atenção.

Após uma busca infrutífera pelo estreante Palco Hammam, retrocedemos à zona do Chafariz para não perdermos o rock psicadélico dos Al-Qasar. O quarteto em palco reproduziu os habituais tiques dos actos mais virados para a guitarra com raízes na área do Médio Oriente, parecendo falta uma maior densidade e profundidade e nível das cordas para preencher de forma mais satisfatória o som da banda, que ficava assim “demasiado” refém da melodia vocal de Sibel Durgut, não obstante o bom momento de forma da mesma.

Saltámos para o Palco Cerca para acompanhar a prestação do Hip Horns Brass Collective, que se propunha a olhar para as galáxias do hip-hop e do funk pela lente dos metais. Com seis instrumentos de sopro e um baterista em cena, o grupo viajado desde Barcelona deu espectáculo, em especial com a irmandade que os múltiplos executantes exibiam em palco, perante os incessantes câmbios de ritmo. Num concerto que inclui uma secção de tributo ao malogrado MF Doom, os minutos menos interessantes registaram-se durante os números musicais em que participaram os MCs convidados Juli Giuliani e Mabreezee (português sediado na cidade condal), que acabavam por secar um pouco a parte instrumental, que era realmente a riqueza do show.

No Palco Chafariz aprestavam-se para entrar em acção a vibrante Kumpania Algazarra, que nesta etapa da carreira exibem uma veia mais poderosa, com ajuda das cordas distorcidas da guitarra, não perdendo, porém, os tiques originais de brass band. A energia da banda galgou os limites do Palco Chafariz e inundou toda a plateia que dançou alegremente, seguindo as coreografias saídas do palco ou simplesmente dando largas à sua imaginação.

Para rematar a segunda noite de Festival Med, dirigimo-nos ao Palco Cerca para mais uma forte sessão rítmica e de alegria proporcionada pelos energéticos Throes + The Shine. O trio composto por Mob Dedaldino, Igor Domingues e Marco Castro continua a manter bem sólida as comunicações entre o universo angolano e português, tendo vindo a Loulé celebrar em especial o sexto registo de estúdio publicado recentemente, «Kalunga» de seu nome. Foi “apenas” mais um concerto repleto de gente a dançar nas margens do palanco.

 

Leiam aqui as reportagens do primeiro e terceiro dia do festival.



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