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COLÓQUIO INTERNACIONAL DE ARQUITECTURA POPULAR

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O Município de Arcos de Valdevez promove um Colóquio Internacional de Arquitectura Popular, entre os dias 3 e 6 de Abril, reunindo na Casa da Artes investigadores de diferentes áreas científicas para reflectir o tema nas suas vertentes arquitectónicas, urbanísticas e culturais. Comunicações, exposições, lançamentos de livros e uma visita à arquitectura popular local compõem o programa das quatro jornadas internacionais. Representadas estarão instituições portuguesas, espanholas e brasileiras.

O edifício setecentista da Casa das Artes – hoje uma unidade moderna e funcional, em resultado da intervenção arquitectónica de que foi alvo – não poderia ser melhor palco para uma iniciativa que visa reflectir o conceito de arquitectura popular para lá do sentido estrito da arquitectura. Isto é, pensar a arquitectura na perspectiva das relações desta com as formas de organização do território, bem como as estruturas de povoamento e de organização urbana. De resto, a promoção da cultura arquitectónica por via deste colóquio pretende também sensibilizar para a importância da preservação do património enquanto referência para o futuro das comunidades, catalisador do desenvolvimento económico e social e ainda fonte de inspiração para uma arquitectura contemporânea enraizada nas tradições.

A organização é da autarquia, mas conta com a colaboração de uma conceituada Comissão Científica, composta por diversos arquitectos, dois antropólogos, um geógrafo e uma historiadora, em representação de instituições nacionais e internacionais. São eles Gunter Weimer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil), Isabelle Cury, do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Brasil), José Geraldo Simões Júnior, da Universidade Mackenzie de São Paulo (Brasil), Paulo Masseran, da UNESP – Universidade Estadual Paulista (Brasil), Plácido Lizancos Mora, da Universidade de La Coruña (Espanha), Manuel Caamaño Suárez, do Museo de Pobo Galego (Espanha), João Leal, da Universidade Nova de Lisboa, Manuel C. Teixeira, da Universidade Técnica de Lisboa, Miguel Sopas Bandeira, da Universidade do Minho, Nuno Soares, da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, e Paula André, do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

Da arquitectura galega às influências lusas na américa do sul

A conferência “Os Arquitectos em Contexto: Tematizações do Popular no Século XX Português” será o ponto de partida do primeiro dia de trabalhos, sendo o orador convidado João Leal, antropólogo e docente de Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa. Nessa tarde, o arquitecto matosinhense António Menéres conduzirá também uma conferência, sob o tema “Arquitectura Popular. Memória do Tempo e do Património Construído”.

Já a segunda jornada do colóquio internacional ficará marcada pela sua vocação global, com a intervenção do espanhol Manuel Caamaño Suaréz e do brasileiro Gunter Weimer. Autor de diversos livros nesta área e dirigente do Museo do Pobo Galego, o primeiro fará uma intervenção a propósito das “Construções da Arquitectura Popular Galega”. Por sua vez, o arquitecto brasileiro, professor na Universidade Federal Rio Grande do Sul, que também se notabilizou como escritor especializado em arquitectura popular, dará a conhecer “A Adaptação da Arquitectura Popular Portuguesa aos Trópicos Sul-americanos”.

Na terceira jornada do colóquio, dia 5 de Abril, destacar-se-á o arquitecto e urbanista português Nuno Portas, detentor do Prémio Sir Patrick Abercrombie de Urbanismo, atribuído pela da União Internacional de Arquitectos. O professor catedrático emérito da Universidade do Porto fará uma reflexão em torno das “Tradições e Modernismos na Arquitectura Portuguesa”.

Comunicações, exposições e apresentações de livros

Para lá das conferências, o programa da iniciativa organizada pela autarquia de Arcos de Valdevez, prevê, em diversos momentos, a apresentação de comunicações, por parte de arquitectos e investigadores. São trabalhos previamente propostos à Comissão Científica do colóquio, que se inserem nas sete áreas temáticas estrategicamente definidas para o dinamização do mesmo, a saber: “Arquitectura Popular, os Conceitos: popular, tradicional, regional, vernacular”; “As Influências Cruzadas: rural/urbana, popular/erudita, tradicional/contemporânea, arquitectura/estruturas de povoamento e organização do território”; “As Arquitecturas Populares: de habitação, trabalho, religiosa, efémera e novas arquitecturas populares”; “A Investigação da Arquitectura Popular – do século XIX à contemporaneidade”; “A Arquitectura Popular, o Modernismo e a Arquitectura Contemporânea”; “Os Construtores e os Saberes Construtivos da Arquitectura Popular”; e “A Arquitectura Popular, a Preservação da Cultura, Valores Sociais e Económicos”.

Também neste enquadramento, serão inauguradas, logo a 3 de Abril, na Casa das Artes, as exposições “Arquitecturas do Granito” e “Arquitectura Popular e Memória do Tempo e do Património Construído”. De resto, ainda nesse dia, as actividades complementares aos painéis de reflexão destacam também o lançamento de livros. O último dia, 6 de Abril, será reservado a uma visita à arquitectura rural, a decorrer entre 08h00 e as 18h00. Recorde-se, a propósito, que a lendária vila de Arcos de Valdevez possui um rico património histórico e cultural, sendo detentora de um infindável número de monumentos, que são referências da nossa história e da nossa etnografia e que se associam também a vários vestígios de antigas civilizações.



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