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Dragon Ball Xenoverse 2 | Análise

Não percam a nossa análise, porque nós... também não!!!

 O primeiro Xenoverse chegou no mês de Abril do ano passado, pronto a responder a um enorme desejo por parte dos fãs de Dragon Ball: o de podermos criar a nossa personagem para que também nós tenhamos algo a dizer neste universo tão nostálgico! Lado a lado com Trunks, entre cinco raças disponíveis, os jogadores criaram o seu Patrulha do Tempo e abraçaram o desafio de restaurar a linha temporal ameaçada pelos novos vilões, Towa e Mira. Uma aventura com momentos bem marcantes, finalmente com um herói criado por nós bem no centro da acção (e se ela foi muita) mas que se viu comprometida por algumas questões menos pertinentes que impediram que Xenoverse voasse mais alto. Ainda assim, não me esqueço do tempo que passei pelo jogo e muito menos me arrependo do tempo que passei a progredir a minha personagem, independentemente do penoso grind e do sistema de loot pouco recompensador, de tão aleatório que era.

Muito se pode apontar a Xenoverse mas o seu potencial, esse era inegável. Os fãs têm clara consciência disso e claro que a malta da Dimps também. Foi nesta linha de pensamento que surgiu Dragon Ball Xenoverse 2, a segunda entrada na série que vem mostrar a todos do que esta fórmula é realmente capaz. Towa e Mira voltam a fazer das suas, ameaçando uma vez mais a linha do tempo do universo de Dragon Ball. Só que, desta vez, os malfadados vilões fazem-se acompanhar por poderosos aliados, prontos a ajudá-los a levar a melhor sobre os nossos heróis. O tempo urge uma vez mais e está na hora de um novo Patrulha do Tempo lhes fazer frente. Os jogadores vêm-se perante uma nova aventura mas também várias novidades que prometem redimir os erros do passado e elevar a série a um patamar capaz de fazer justiça ao universo em que se baseia. Será que consegue?

 Tal como no título anterior, a minha aventura começou no sistema de criação de personagem. A opção de poder transportar os dados do primeiro Xenoverse deu-me esperança de que podia continuar o progresso do meu herói anterior mas ao indicar que sim… nada aconteceu. “Bah! Se a Bioware não fez a coisa bem com o Dragon Age, havia de ser a Dimps a fazê-lo, não?” Pensei eu, desanimado e convencido de que não voltaria a ver Zigg, o herói de Toki-Toki City. Decidi então que se alguém haveria de o homenagear devidamente em Xenoverse 2 seria eu e Zigg partilhou, não o nome mas sim o seu aspecto físico com o meu novo Patrulha do Tempo. Spoiler Alert: Pouco depois do início da história, a Dimps calou-me à grande e as coisas ficaram um pouco constrangedoras.

Ainda no sistema de criação de personagem, as raças continuam a ser as mesmas cinco: Humano, Saiyan, Namek, Frieza e Majin. Ainda não foi desta que pude satisfazer o desejo de mais tarde poder criar um Android, uma variante do Cell ou mesmo um membro da raça do Tapion mas ainda assim é seguro dizer que este sistema surge, agora, com um leque de opções de personalização bem mais vasto. Além disso, podemos criar várias personagens logo de início. Recordo que no primeiro Xenoverse, inicialmente apenas podíamos criar uma personagem e só depois de concluída a história principal do jogo é que nos ficava disponível a opção de criar mais. Uma acessibilidade que depressa iria constatar que não se ficaria por aí.

Xenoverse 2 pode muito bem ser encarado como uma versão definitiva do seu antecessor. Aliás, não fosse por algumas novidades e alguns momentos mais marcantes na história, era precisamente disso mesmo que se tratava. Fiel à fórmula original, vamos uma vez mais revisitar os momentos mais emblemáticos da história de Dragon Ball e garantir que tudo decorre da forma correcta. Mais do mesmo, dirão uns e não estão longe da razão mas existem certas nuances que nos deixam curiosos até ao final. Desta vez Towa e Mira trazem reforços e fazem-se acompanhar por três outros vilões. Dois deles são bem conhecidos pelos fãs, Turles e Slug. Já o outro é bem mais misterioso e devido à máscara que lhe cobre o rosto, inicialmente só será reconhecível pelos mais atentos. No entanto, quanto a mim, a história depressa ganhou mais interesse quando me deparei com o tal momento constrangedor que mencionei em cima. Ainda muito no início, a luta para estragar os planos dos vilões prometia complicar-se mas eis que surge no ecrã um novo aliado que me era bem familiar.

Zigg, o meu herói criado no primeiro Xenoverse, aparece para salvar o dia e eu fico a olhar embasbacado para o irmão gémeo que criei, desnecessariamente, em sua homenagem. Em conversa com Trunks descobri que após os eventos do jogo anterior, Zigg continuou a sua aventura como seu parceiro. O meu herói de Xenoverse não foi esquecido, continuou a sua aventura e surge em Xenoverse 2 com uma postura e uma identidade muito própria. Quanto ao “legado” que me deixou, veio mesmo a calhar, traduzindo-se no fato e nas habilidades que tinha equipado. Uma verdadeira mostra de apreço pelos jogadores que passaram as suas horas no primeiro Xenoverse. Menos interessantes foram os momentos em que a acção decorria sem qualquer explicação. Foram várias as vezes em quedei por mim em confrontos bem intensos, com Broly e Janemba a tentarem garantir que Majin Buu levasse a melhor mas sem qualquer contexto sobre como é que Towa e Mira os converteram para o seu lado.

 

Visto que o meu herói é um membro da raça Saiyan e uma vez que as transformações não foram transferidas, às tantas resolvi interromper o progresso da história principal e explorar devidamente a nova Conton City. Esta é a cidade que serve como hub em Xenoverse 2. É enorme (sete vezes maior que Toki-Toki City) e a pé, de mota, ou a voar (quando tivermos licença para tal), pode ser percorrida na totalidade, sem quaisquer loadings pelo meio, visto que não está dividida em secções. Um verdadeiro convite à exploração e, online, saibam que agora podem contar com um máximo de 300 jogadores em simultâneo. Seguindo a fórmula da série, é nesta cidade que temos acesso aos vários conteúdos de Xenoverse 2. É por lá que encontramos os vários mestres que nos irão ensinar as suas habilidades, desafios que nos ensinam as várias nuances da jogabilidade, as Parallel Quests que regressam para complementar a progressão da nossa personagem e as lojas de itens, roupas e acessórios. Já as brechas temporais que por lá encontramos, levam-nos a novos confrontos intitulados como Expert Missions. Numa party de até seis jogadores, terão de trabalhar em conjunto para derrotar o boss que surge à vossa frente. Podem tentar com o computador mas as dinâmicas que envolvem estes confrontos depressa vos indicarão que esta é uma componente que deve ser jogada online, com amigos ou desconhecidos.

Só que é também em Conton City onde irão mais tarde ganhar acesso a cinco novas mini-hubs. A cada uma corresponde uma linha de quests para completar e também recompensas específicas para cada uma das raças disponíveis em Xenoverse 2, nomeadamente transformações. Seguindo a linha de quest, da Capsule Corporation, foi a treinar com Vegeta que aprendi a transformar-me até ao máximo de Super Saiyan 3. Mas atenção que agora todas as raças ganham um equivalente, bastando para isso completar a quest que lhes corresponde.

O que mais vamos fazer em Xenoverse é combater, seja para progredir a nossa personagem ou para recolher habilidades dos nossos mestres ou recompensas das Parallel Quests que agora desfrutam de um sistema de loot bem mais aprimorado e gratificante. De facto a jogabilidade volta a ser um dos pontos altos, surgindo bem mais refinada em termos de animações e felizmente que acabou o spam de habilidades sempre que nos transformamos. Volta a “mística” que torna estes ataques tão especiais e surge uma nova vertente técnica nos combates, na medida em que temos de saber qual a altura certa para os desencadear para que não esgotemos a nossa preciosa barra de energia em vão. Saber gerir as barras de energia e de stamina, continua a ser crucial para o feliz desenrolar dos combates e percorrer o cenário ao encalço do nosso adversário nunca foi tão preciso.

O facto de não ter sido lançado com a PS3 e Xbox 360 em mente, sugere e muito bem que graficamente este é um título que não desaponta. As personagens são todas elas bem definidas e a animação que as acompanha é de enorme qualidade. Ao todo são 75. Um leque impressionante que vai sendo completado à medida que vamos progredindo na história e terminamos Parallel Quests mas que se vê repleto de várias repetições e variações das mesmas personagens. Apesar de contar com algumas adições pertinentes, os fãs vão ainda dar por si a perguntar por Dabla, Bojack, entre outras que já marcaram presença noutros jogos como Tenkaichi 3 (o mais completo neste aspecto). Ainda sobre o grafismo, também as cinematics são de grande qualidade, sobretudo as que surgem ao estilo anime. Aliás é seguro dizer que toda a acção que surge no ecrã replica de uma boa forma a que vemos na série, se bem que não posso deixar de apontar a ausência de uma destruição permanente dos cenários. Já no que diz respeito à banda sonora, apesar de cumprir em alguns momentos, não deixa de ser na sua maioria um dos pontos negativos a apontar em Xenoverse 2.

 

Dragon Ball Xenoverse 2 marca um enorme passo em frente para a série e mostra do que realmente a sua fórmula é capaz de oferecer. A vertente competitiva online continua bem presente mas foi a progredir e personalizar o meu herói – graças a um sistema de loot bem mais justo e gratificante e ao facto de podermos treinar com vários mestres ao mesmo tempo – onde realmente desfrutei da experiência de jogo. Foi bom ver que o meu herói do primeiro Xenoverse não foi esquecido e que todo o conteúdo presente nessa mesma primeira entrada na série surge agora bem mais refinado e complementado por novidades que só aumentam a sua longevidade. Cá estaremos para ver o que reserva o futuro da série mas se der continuidade a duas linhas temporais, descobertas após o completar da história principal, olhem que a coisa promete!



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