Filoctetes na Cornucópia

A ambiciosa adaptação da tragédia grega de Sófocles estreia a 19 de Outubro.

A adaptação de uma das mais “modernas” peças gregas do final do século V A.C, vai ser apresentada ao público a partir do dia 19 de Outubro no Teatro do Bairro Alto. “Filoctetes” é da responsabilidade do Teatro da Cornucópia, conta com a encenação de Luis Miguel Cintra (que também interpreta a personagem de Filoctetes) e tem como base a recriação poética de Frederico Lourenço. Fiquem atentos aos próximos parágrafos porque temos convites duplos para oferecer.

Num texto redigido por Frederico Lourenço sobre este seu trabalho (que se encontra na página do teatro da cornucópia), o próprio admite que “a tragédia grega é intraduzível, se o que está em causa é levar à cena um espectáculo que possa ser apreciado por um público moderno”. Mesmo assim, o autor aceitou o desafio lançado por Luis Miguel Cintra e “recriou” a obra de Sófocles, aquela que considera ser a “mais perfeita e mais comovente de todas as que até nós chegaram do teatro grego”.

Para conhecerem melhor “Filoctetes” de Sófocles, fiquem com a sinopse da peça:

“A caminho de Tróia, para fazer a guerra, Filoctetes foi mordido por uma serpente venenosa. Os chefes seus companheiros, Agamémnon, Menelau e Ulisses abandonaram-no então numa ilha deserta porque o cheiro da sua ferida e os seus gritos de dor tornavam a viagem insuportável. Filoctetes sobrevive sozinho a esse abandono e à doença graças à sua capacidade de resistência e ao seu arco sagrado, o arco que Héracles lhe dera antes de morrer, caçando animais.

Nove anos depois e já depois da morte de Aquiles na guerra, um oráculo diz que Tróia só será vencida com Filoctetes e o seu arco sagrado. Ulisses decide voltar à ilha e, servindo-se de Neoptólemo, o jovem e ingénuo filho de Aquiles, tenta trazer para Tróia Filoctetes com o seu arco. Filoctetes não se quer deixar convencer, ferido como está pela sorte injusta a que foi votado durante tantos anos. Ulisses tenta que o jovem o traga ao engano, convencendo-o que o está a levar para casa. Mas gera-se uma forte relação entre o rapaz e o envelhecido Filoctetes e é Filoctetes que leva o rapaz a voltar à sua natureza leal e o convence a transportá-lo de volta para a Grécia, abandonando a guerra e os seus chefes traidores.

Só que os deuses não permitem que assim seja: Héracles desce do Olimpo e salva Neoptólemo do seu insolúvel conflito moral ordenando a Filoctetes que vença o seu orgulho e aceite ir para Tróia onde será curado da doença e onde, com o seu arco e flechas sagrados e com o seu jovem companheiro, conseguirá que os Gregos ganhem a guerra.”

Ficha Técnica:

Recriação poética: Frederico Lourenço
Encenação: Luis Miguel Cintra
Cenário e figurinos: Cristina Reis
Desenho de Luz: Daniel Worm d’Assumpção
Interpretação: André Silva, António Fonseca, Duarte Guimarães, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Martim Pedroso, Nuno Gil e Tiago Matias.

Quando e Onde:

De 19 de Outubro a 26 de Novembro de 2006
Teatro do Bairro Alto, Lisboa
3ª a sábado às 21:30 e domingos às 17:00



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