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Jimmy Choo

Shoe, Jimmy Choo.

Se perguntarmos a um elemento do sexo feminino qual o objecto mais desejado do seu closet, não será difícil antever o balão que surge da sua cabeça preenchido por pequenas preciosidades minuciosamente trabalhadas em diferentes materiais e cores, elevadas por um pontiagudo salto. E se quisermos ser mais concretos e em alguns guarda-roupas mais cosmopolitas, nem mais nem menos que a crème de la crème do calçado de luxo super trendy, como o próprio nome refere. Choo, Jimmy Choo.

Quem diria que este nome seria oriundo de um erro no cartório aquando o registo do designer de calçado malaio, actualmente sediado em Londres, cujo nome de família se escreve correctamente Chow, reflectindo-se este acaso no nome mais adequado para simbolizar uma marca inovadora de calçado, cuja filosofia se compraz em servir um público de elevados padrões de qualidade e sofisticação numa visão simultaneamente clássica e trendy, pontuada pela mais elevada tecnologia e minúcia no processo de confecção.

Jimmy Choo, oriundo de uma família de sapateiros, produziu o seu primeiro par de sapatos aos onze anos, formando-se no ano de 1983 na primeira e mais prestigiada escola de calçado e acessórios, Cordwainers Technical College em Hackney, Londres. O momento apoteótico da sua divulgação internacional deu-se aquando a publicação de uma secção de oito páginas na revista Vogue britânica, em 1988, pondo em análise as suas peças.

Antes da fundação da sua marca, em parceria com a editora de acessórios da revista Vogue britânica, Tamara Mellon, em 1996, tinha já o seu pequeno atelier, onde servia as mais elevadas classes sociais londrinas, no desenho e confecção de sapatos por encomenda, contando com o patronato da Princesa Diana a partir de 1990, facto que fez surgir comercialmente o seu nome no mercado.

Todavia, a integridade e exclusividade da marca passou pela adopção de uma estratégia de distribuição limitada às melhores lojas de departamento e a lojas oficiais em pontos nevrálgicos do globo como Londres, Nova Iorque, Beverly Hills, Las Vegas, Tóquio, entre outras. A ideia de fundar uma loja em Portugal não está fora do radar da marca, encontrando-se em lista de espera na famosa e mais cara artéria lisboeta, a Avenida da Liberdade, que se tiver a mesma sorte da Prada poderá auferir aos três anos.

Em Abril de 2001, Jimmy vende a sua metade da empresa ao grupo Equinox Luxury Holdings, assumindo Mellon a Direcção Criativa da Jimmy Choo Ready-To-Wear, que rapidamente expande o seu leque de produtos a acessórios, incluindo malas, carteiras, óculos e em 2011 lança o tão almejado perfume, cujo rosto da campanha é a própria Tamara Mellon, encarnando o seu revestimento a pele de piton, imagem de marca das colecções. Desta forma, Jimmy Choo concentra as suas energias na linha Jimmy Choo Couture, fundada sob a coordenação da Jimmy Choo Ltd. Em 2011, são novamente operadas movimentações empresariais e a marca é vendida ao Grupo austríaco de bens de luxo, Labelux.

Apesar dos seus preços exorbitantes, apenas acessíveis a uma minoria seleccionada, que podem situar-se entre os 300 e 2000 euros, a Jimmy Choo resolveu associar-se à loja de grande consumo H&M, para a qual produziu uma colecção que incluía, além de acessórios, igualmente roupa feminina e masculina, cujos valores não ultrapassavam os cento e poucos euros nas peças mais caras, razão pela qual filas infindáveis surgiram frente às lojas escolhidas para vender a colecção.

Outras parcerias foram lançadas pela marca, constando da sua gama de produtos como colecções cápsula, como é o caso da associação com as galochas mais trendy do globo, Hunter, numa série revestida pela textura de pele piton e revestimento interior de leopardo, pontuado por acessórios dourados. Outra aliança deveras inesperada pela paradoxal divergência de estilos e públicos foi encontrada na criação de uma colecção com a famosa marca de botas em pele de ovelha, UGG Australia, fundindo-se o conforto e o mais sofisticado estilo em peças preenchidas por aplicações metálicas, pelo preço base de 500 euros. Tamara afirma que a ideia de criar uma parceria com a UGG surgiu pelo facto da marca ser o seu segundo calçado de eleição, ideal para viagens e momentos de lazer.

A partir de 2011, encontrar o público masculino nas lojas Jimmy Choo não reflecte mais a necessidade de compensar ou procurar um presente para a sua cara-metade, revela sim o ressurgimento da colecção masculina, extinta em 2002, agora composta por ténis, sapatos, botas, que na filosofia de Mellon serve o homem que “transpira confiança e estilo, quer ele seja um artista ou investidor na banca”. A colecção pode variar entre os 630 e os 1000 euros. O ano de 2011 revelou-se igualmente importante para a marca pela comemoração do seu 15º aniversário corolado não somente pelo sonho antigo de Tamara em criar uma fragrância imagem de Jimmy Choo Woman, bem como pela concepção das colecções Crystal e Icons, pretendendo esta última o renascimento e restyle de sapatos icónicos que desfilaram no percurso da marca e lhe conferiram a actual visibilidade, revertendo em 10% dos seus lucros para a Jimmy Choo Foundation, associação que apoia mulheres em risco.

A responsabilidade social da marca se confina ao apoio da própria instituição, estendendo-se a iniciativas como o Dynamo Camp Project, campo de férias em Itália para crianças com doenças crónicas ou em convalescença, com a presença do reconhecido designer Beppe Giacobe, que visava a integração e desenvolvimento de um espírito criativo nas crianças através da concepção de desenhos, dos quais um seria eleito para a produção de uma colecção limitada, cujos lucros seriam integralmente remetidos para a beneficência. Outro projecto em calha foi o protagonizado em parceria com a Elton John Aids Foundation, Project PEP, subordinado à criação de uma linha beneficente e mais acessível, composta por doze elementos entre os 90 e os 900 dólares, destinada a ajudar as mulheres e crianças na cidade de Cape Town, África do Sul.

Além dos prémios e graus honorários concedidos aos fundadores da marca, Jimmy Choo e Tamara Mellon, como é o caso do OBE (Order of the British Empire) concedido pela rainha britânica, não são de esquecer os galardões de “Brand of the Year” pelo British Fashion Council e pela Footwear News, bem como o ACE “Designer Brand of the Year” pela Accessory Council Excelence, no ano de 2008.

Fica o desejo de sermos brevemente presenteados com uma loja sui generis Jimmy Choo ilustrada pelos saltos vertiginosos mais conhecidos e desejados do planeta; não é inusitadamente que o primeiro par de sapatos a estrear o closet da famosa Carrie Bradshaw, protagonista da série “Sex and the City”, sejam uns Jimmy Choo.



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