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Léo Peixoto e Gibran Sirena

Os criadores do «Funk do Mortal Kombat» em entrevista

É o tipo de coisa que restaura a tua fé na Internet. Encontrado em murais de Facebook ou em listas de related videos no YouTube, o «Funk Do Mortal Kombat» é um raro caso de uma canção viral que tem realmente piada. Com um misto de nostalgia, humor brejeiro no bom sentido e batidinha Baile Funk, Léo Peixoto e Gibran Sirena criaram uma faixa que aproveita o DNA de música de carrinhos de choque sempre presente no tema do Mortal Kombat para fazer uma listagem exaustiva dos lutadores disponíveis nesse clássico dos vídeo-jogos. E não se trata de nenhum grupo de comédia profissional – apenas dois tipos a divertirem-se e a fornecer aquele conteúdo criativo de que os utópicos da ‘net tanto falam. A Rua de Baixo mandou email para o Brasil para saber mais, e recebeu respostas de Léo e Gibran (que já visitou Portugal e tem raízes em Trás-os-Montes), os autores da faixa.

Como é que surgiu a ideia de criarem um funk à volta do “Mortal Kombat”? É o vosso primeiro projecto?

Léo – A ideia de criar um funk do Mortal Kombat nunca surgiu. O funk foi criado na brincadeira, apenas para diversão, sem nenhum propósito de divulgação ou de publicidade. Se formos pensar então nesse contexto, não é o nosso primeiro projeto, porque músicas feitas para brincar e divertir sempre foram feitas no decorrer de nossa vida como músicos.

Logo no início estabelecem que os vossos jogos de Mortal Kombat eram numa SNES. Mas a versão para Nintendo do jogo censura o sangue. Vocês passaram os vossos dias a jogar um Mortal Kombat censurado?

Léo – Aqui no Brasil a versão para SNES nunca censurou o sangue. Sempre jogámos as versões primárias no jogo para Super Nintendo com muito sangue. Às vezes todo aquele sangue dava fome e fazíamos um churrasco para jogar.

Um detalhe bem apanhado na letra é o tabu de escolher uma personagem feminina. Lembro-me de isto ser uma regra bastante clara quando eu jogava este tipo de jogos com os meus amigos. Ainda “pega mal” escolher a Sonya quando jogam actualmente?

Léo – Na verdade quem ficava brincando comigo por pegar uma personagem feminina era o meu pai, só por isso coloquei essa estrofe na letra. Na verdade ele mesmo (meu pai) sempre escolhia personagens femininas apenas para dizer quando ganhasse de mim “Haha, perdeu para uma mulher”. Apenas brincadeira de família que viralizou como letra de funk.

Quando o vosso vídeo começou a rolar pelos Facebook feeds dos meus amigos, alguém comentou “a capacidade dos brasileiros transformarem tudo em funk continua a deixar-me louca da minha tola a abanar”. Confirmam? “Vale tudo” na elaboração de uma letra para um tema funk?

Léo – Não somos funkeiros de carteirinha, apenas fizemos um funk. No Brasil, contudo, acho que qualquer assunto pode virar funk. Na verdade, se o músico for realmente bom ele pode transformar qualquer coisa em qualquer estilo de música. Dentro da “métrica do funk do Mortal Kombat” nós poderíamos ter feito um blues, rock, pop, metal e se bobear até um jazz do Mortal Kombat. Tudo pode ser transformado em todo tipo de música, só depende da proposta e capacidade do músico. A nossa proposta era o funk e a nossa capacidade você pode ver no vídeo.

Gibran – Talvez as referências aqui no Brasil sejam mais acessíveis, pois todos dias temos carros com alto-falantes extremamente barulhentos tocando funk carioca nas ruas, hehe. A coisa fica no inconsciente.

Já agora, quando jogam Mortal Kombat escolhem mesmo sempre o Sub-Zero?

Gibran – A gente sempre escolheu o Scorpion.

Vai haver mais canções sobre vídeo-jogos da vossa parte? E que outros conteúdos criativos podemos esperar de vocês?

Léo – Com certeza faremos mais vídeos, nem sempre relacionados ao funk. No canal do Gibran vocês podem encontrar trabalhos muito interessantes e divertidos da área. Já da Funk You Bit tudo pode ser esperado, até mesmo um funk do D. João V. Haha, Mentira. O próximo que deve sair em breve é algo que qualquer pessoa no mundo poderá gostar!

Gibran – Obrigado Daniel pelo espaço! Saudações brasileiras para os magníficos e queridos portugueses. Gostaria muito de voltar a fazer intercâmbio em vosso país e quem sabe um dia saiam uns vídeos em terras portuguesas, hehe.



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