Nathan Fake @ Lux

Troubleshooting pela madrugada.

Depois de um “Fake alarm” em Dezembro, Nathan chegou a Lisboa no dia 12 de Janeiro para finalmente expor o seu trabalho em Portugal. As dificuldades técnicas tinham sido a justificação do adiamento e, com algum tempo para as resolver, seria natural que se apresentasse na melhor forma, porém, tal não aconteceu.

A programação das quintas-feiras no Lux tem sido irrepreensível, mesmo tendo em conta as preferências estilísticas de cada um, é inegável que, para quem está atento, praticamente tudo o que se passa de novo no espectro musical da “música de dança” de caminhos menos ortodoxos tem paragem em Santa Apolónia.

No entanto, cada país tem o seu ritmo. Em Portugal parecem ter morto a tiro o sábado à noite e, se noutros locais é possível fazer noites de domingo e até segunda com bastante sucesso, aqui sobram a sexta e a quinta como lugar de actividades sem a pressão da “Saturday Night Fever”.

O problema levanta-se quando o timing de sair à noite português não se revela capaz de se adaptar ao horário internacional. Como em muita coisa, deixamos tudo para um pouco mais tarde e, por mais impressionante que seja, parece que ninguém quer chegar em primeiro a lugar algum assim que o sol se põe, logo, num dia de semana normal são muitos aqueles que não conseguem enquadrar uma longa noite com uma manhã laboral.

Nathan Fake iniciou a sua actuação perto das 3.15 da manhã e, não havendo lugar para a venda de bilhetes para assistir ao live act, ficou dependente do ritmo de entrada de público na discoteca. Paulo Nupi encarregou-se de compor o ambiente na sala enquanto se (des)esperava pelo inglês.

Um PC portátil, um controlador evolution uc33e e uma mesa de mistura Pioneer DJM 600 foram as ferramentas escolhidas. Todavia parece não ter decorrido tempo suficiente para estabilizar os problemas encontrados anteriormente. Sucessivos reboots feitos por si pareciam indicar que Fake não conseguia reunir as condições necessárias para arrancar com a actuação. De uma forma impressionante o som da sala foi cortado para dar lugar ao som de palco enquanto no ecrã do portátil apenas surgia o ícone do Windows reiniciando.

O live act durou uma hora e parece ter decorrido sem incidentes de maior. Nathan sequenciava no portátil, disparava no controlador e equilibrava na mesa. Com bons momentos, especialmente aqueles onde explorou a parte mais “pesada” das suas criações, conseguiu sintonizar com o público que entretanto preenchera o piso inferior, deixando antever alguns pedaços do novo álbum.

Os percalços encontrados não beliscam a sua credibilidade e serão corrigidos pelo tempo e experiência. Nathan Fake é definitivamente um nome a registar para os próximos anos.



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