The Witcher 3: Blood and Wine | Análise
Como um bom vinho, quanto mais tempo passamos em Toussaint mais rica se torna a experiência!
“The Witcher 3, é uma experiência incontornável para quem é fã do género de acção e RPG. Com a derradeira aventura de Geralt of Rivia a CDK, acaba de trazer aos jogadores uma experiência intemporal. Repleto de cenários vibrantes e horas e mais horas de conteúdo que vão passar sem darmos conta, The Witcher 3 toma de assalto o género e mostra-se um forte candidato (senão o mais forte) a jogo do ano.”
No dia 14 de Setembro do ano passado, foi com estas palavras que concluí a minha análise a The Witcher III: Wild Hunt, um jogo que, pessoalmente, não só acabou por ser a melhor entrada na série como resultou ainda numa das maiores e melhores experiências que já tive o prazer de jogar. Entre várias actualizações de que foi alvo, quem regressar a The Witcher III quase que vai dar de caras com um novo jogo. Os menus surgem agora mais organizados e acessíveis, vários erros ou problemas foram e continuam ainda a ser corrigidos mas além disso, também a experiência de jogo foi alargada em várias horas com duas expansões. A primeira foi Hearts of Stone e a segunda (e infelizmente última) chama-se Blood and Wine. Foi lançada no dia 31 de Maio e é precisamente sobre ela que vos venho falar.
A acção de Blood and Wine tem lugar na vibrante terra de Toussaint. Uma vez que esta é uma terra onde a guerra não se fez sentir, assim que chegamos basta um olhar em volta para nos apercebemos do feliz e enorme contraste entre esta e as demais terras que visitamos no jogo original. Com florestas e prados verdejantes a estenderem-se para lá do horizonte, pelo meio vamos encontrar aldeias, ruínas e imensas plantações vinícolas. A produção de vinho é motivo de grande orgulho em Toussaint e, logo, não é de admirar que este seja um regular tópico de conversa, sobretudo entre as classes mais altas. Mesmo quando exploramos os vários cenários desta expansão, volta e meia damos de caras com nomes de produções e castas de eleição. Em Blood and Wine o vinho está sempre presente e a forma quase romântica, mas nunca exaustiva, com que é muitas vezes abordado (e apreciado), quase que fez de mim um apreciador. Quase…
Há vida por toda a parte, nos povoados e plantações os habitantes de Toussaint estão sempre atarefados mas entre a lavoura ou a agitação do quotidiano há espaço para conversas e rumores sobre o que se passa nas redondezas e até para o romance. Lá fora, a galope no nosso fiel Roach e debaixo de um agradável céu azul (quando não estiver a chover, claro está), a flora e fauna abundantes fazem-nos companhia. Já as incríveis paisagens que Blood and Wine tem para nos oferecer são a cereja no topo do bolo e transmitem um desejo quase irresistível de fazer um longo intervalo e imaginar que estamos mesmo ali, a respirar bem fundo e a absorver aquele ar puro e fresco em alegre contemplação.
Mas então o que levou Geralt a Toussaint? Não há rosa sem espinhos e, no meio de toda esta paz e tranquilidade, há forças que se movem nas sombras e um monstro tem vindo a dar início a uma série de assassinatos. Geralt of Rivia volta assim para mais uma aventura, a última onde terá de deslindar o que se esconde por detrás destes crimes hediondos. Longe de mim dizer-vos o que acontece mas, tal como a série já nos tem vindo a habituar, contem com as habituais e inesperadas reviravoltas e decisões que terão de tomar que ditarão o desenrolar da vossa aventura em Toussaint.
Em termos de longevidade contem com cerca de 10 horas de jogo mas, paralelas à história principal desta expansão, existem ainda imensas quests – cerca de 90 – e se as completarem a todas, aí sim alcançam as 30 horas prometidas pelos criadores. Não há quest que não valha a pena e se a repetição já não tinha lugar no jogo original, o mesmo acontece aqui. Recebi uma vinha como recompensa que, mesmo apesar de necessitar de (dispendiosas renovações), passou a servir como a nova casa de Geralt. Ajudei também a encontrar o “viril membro” de uma estátua que tinha sido roubado, resolvi o caso de uma criatura designada como Wight que tinha uma enorme compulsão em roubar colheres atrás de colheres, procurei tesouros de gerações antigas das várias escolas de Witchers e tentei levantar dinheiro da minha conta no banco, o que deu origem uma épica luta burocrática, formulários atrás de formulários. Fiz parte de um torneio e quando a acção principal atingia o seu auge, disse “esperem lá um pouco” que tenho uma competição de Gwent onde quero participar e um novo baralho de cartas para experimentar.
Falando em combate, esta componente continua igual mas uma quest secundária brindou-me com uma nova mecânica: as mutações que refinam as nossas habilidades de combate. A custo de pontos de evolução, os nossos Signs podem agora infligir ataques críticos ou trazer consigo um efeito secundário como a hipótese de congelar o adversário com o recurso ao Aard. O combate continua muito igual mas, fora os ocasionais bandidos, as criaturas de Toussaint surgem agora mais “fantásticas” do que nunca e dão aso a combates épicos. Os confrontos com Bosses são mais frequentes e aprender a derrotá-los continua a resultar numa experiência gratificante.
Para nos ajudar a sobreviver aos perigos que se escondem em Toussaint, à nossa disposição há um enorme leque de armas e armaduras para descobrir ou criar. Tal como acontecia em Hearts of Stone, esta é uma expansão Standalone e, como tal, podem aceder ao seu conteúdo de duas formas. Primeiro através do vosso save original mas não posso deixar de relembrar que é recomendado que o vosso Geralt esteja, pelo menos no nível 30. Isto para que possa abraçar os desafios que esta expansão tem para oferecer. No entanto, se assim o preferirem ou se vos der mais jeito, podem deixar de parte o jogo original e jogar apenas esta expansão, criando um novo Geralt a nível 30 com pontos de evolução ainda por distribuir. Independentemente da vossa escolha irão receber uma quest que prontamente vos levará a Toussaint.
Com Blood and Wine chega, por fim, a última aventura de Geralt. E que aventura! Comecei-a há duas semanas e ainda não a consegui largar. Quem sabe até se não volto a fazer tudo de novo. Tal não é a qualidade de conteúdo com que a CD Projekt Red nos presenteou. Persistem alguns problemas, sendo no entanto certo que ainda serão alvo de correcções. Roach continua a não conseguir atravessar algumas pontes, e por vezes surge um ou outro bug menor mas nunca a minha experiência de jogo foi comprometida. Se possuem o jogo original e têm receio de que esta expansão vos desiluda, não pensem duas vezes. Com cerca de trinta horas de jogo, a CDK confere ao jogador uma experiência capaz de rivalizar com a que é oferecida pelo jogo original. Se ainda não experimentaram The Witcher III: Wild Hunt e se são fãs do género RPG preparem-se para uma emocionante aventura impecavelmente complementada por duas igualmente emocionantes expansões. Mais do que nunca, conteúdo é coisa que não falta e como já acontecia, as horas vão passar e vocês nem vão dar por isso.
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