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Attack On Titan – Wings Of Freedom | Análise

Luta! Luta! Luta!!!

Desde que foi lançado em 2009 que Attack on Titan, escrito e ilustrado por Hajime Isayama, tem vindo a ser sinónimo de sucesso. A posterior transição do género Manga para Anime só ajudou a globalizar este sucesso, ao deixar os fãs de água na boca, devido à sublime qualidade de animação, e a especular sobre os eventos que irão decorrer na segunda temporada, ainda por vir, mas… O mesmo não se pode dizer das suas adaptações para o mundo dos videojogos. Uma atrás da outra, acabaram por ficar aquém das expectativas dos fãs mas não estaríamos aqui se mais ninguém tivesse tentado. Depois de mostrar que é possível aplicar a fórmula do seu Dynasty Warriors a outras séries de renome, como é, por exemplo, o caso de Hyrule Warriors (The Legend of Zelda) e Pirate Warriors (One Piece), hoje, dia 26 de Agosto, ficou disponível a abordagem da Omega Force a Attack on Titan, para a PS3, PS4, Vita, Xbox One e PC via Steam (versão analisada).

Para quem não sabe, esta é uma abordagem bem original ao género pós-apocalíptico, na medida em que o que resta da humanidade terá de sobreviver não a Zombies, ou humanos infectados por um qualquer vírus, mas sim a enormes criaturas, designadas como Titãs, que tentam fazer de nós a sua próxima refeição. A sua origem é desconhecida, sabe-se apenas que 100 anos antes dos eventos da história principal, a sua voracidade obrigou a que o que restasse da humanidade se confinasse por detrás de três enormes muralhas concêntricas: Maria, Rose e Sina. Muito resumidamente, para não vos estragar nada, no culminar destes 100 anos de paz “insegura”, dois enormes titãs, um Colossal (assim designado pela sua altura, nunca antes vista) e outro que mais parece protegido por uma armadura, rompem a muralha exterior, Maria, dando passagem a uma enorme vaga de Titãs. A épica aventura de Attack on Titan que tem como protagonistas Eren Yaeger, a sua irmã adoptiva Mikasa e o seu amigo de infância, Armin, começa aqui.

Depois das largas horas que passei a jogar Attack on Titan – Wings of Freedom posso assegurar que esta é, para mim, uma das melhores adaptações de Manga/Anime para o mundo dos videojogos. A fórmula Dynasty Warriors assenta que nem uma luva em Attack on Titan mas confesso que este era um conceito que antes me deixava algo apreensivo. Isto porque, apesar de cativante, a fórmula Warriors da Omega Force acaba por cair numa inevitável repetição. Em Attack on Titan, ao conseguir, de forma exemplar, captar muito bem toda a atmosfera da história original, nunca caí no aborrecimento.

A jogabilidade é extremamente intuitiva e replica muito bem o que vemos na história original. Para nos deslocarmos pela cidade amuralhada, descampados ou densas florestas, prontos a cumprir os objectivos que nos vão surgindo no ecrã, vamos contar com a Omni-Directional Maneuver Gear (um dispositivo que nos permite deslocar pelo ar e contornar estruturas). Assim que avistarmos um Titã, há que fazer lock-on no membro que queremos dilacerar, ganhar velocidade (quanto maior, mais dano infligimos) e cortar.  Não obstante, depois de derrotarmos uma série de inimigos, surge, no final de cada missão, um titã mais forte. Uma vez que estes protegem a nuca com as suas mãos, há que primeiro cortar os braços para os derrotarmos.

 

A enorme escala que nos separa dos perigosos Titãs é impressionante e sugere muito bem que o mínimo golpe que soframos é mais de meio caminho andado para a derrota. É com o pensamento de que o nosso fim pode estar já ao virar daquela esquina, ou na parte mais densa daquela floresta, que vamos esvoaçar pelos cenários, arriscar cravar um grampo na nuca de um malfadado Titã e cortá-la com as nossas lâminas. Quando o Titã cai, há que passar para o próximo alvo, pois a sensação de urgência é uma constante. Para esse efeito, ajuda que a história esteja muito bem contada, oferecendo o protagonismo a várias personagens, como Levi, e não à mesma. As cenas intermédias são também elas de grande qualidade e as narrações no campo de batalha contam com um trabalho de voz exemplar que transmite muito bem todas as emoções vividas pelas personagens naquele momento: sejam elas o amargo da tristeza, a esperança, as alegrias (poucas), ou o enorme e poderoso rugido que carrega consigo toda a voz do que resta da humanidade.

No final de cada missão, a personagem que estamos a controlar recebe pontos de experiência equivalentes à nossa prestação. Ao evoluir, podemos ganhar novas habilidades o que se pode traduzir numa forma mais eficaz de derrotar titãs. Entre missões podemos também falar com algumas personagens, aprofundando o que conhecemos sobre elas mas é também uma boa altura para dar uso aos materiais que vamos recolhendo à medida que vamos dilacerando membros de Titãs. Apesar de não ser muito robusto, há à nossa disposição um sistema de crafting que nos permite melhorar ou criar novas e mais refinadas peças de equipamento. Confesso que não me fez muita diferença mas para alguns esta adição pode ser bem vinda.

Em termos de eventos, a história percorre na totalidade a primeira temporada da série Anime. No entanto, quando chegarem ao fim, se decidirem completar uma série de missões secundárias, ganham acesso a um pequeno vislumbre do que ainda está por vir. O que é? Não vos digo. Só posso adiantar que é literalmente bestial! Fora do modo história, podem ainda aceder a menus com as mais diversas informações sobre as personagens e termos que envolvem a história do jogo e também o modo Expedition. Aqui, podem escolher várias personagens, a gosto, e juntar-se a amigos e desconhecidos em missões que vos irão colocar contra os famigerados Titãs. Este é um mundo perigoso, quem disse que teriam de lhe fazer frente sozinhos, certo? Claro que se quiserem, podem também jogar offline.

 

Attack on Titan – Wings of Freedom é sem dúvida uma das melhores adaptações de Anime para o mundo dos videojogos. Para alguns talvez acuse alguma repetição mas a história bem contada que nos permite fazer parte dos momentos mais emblemáticos da série e que se faz acompanhar por um trabalho de voz exemplar, ajuda a que consigamos contornar esse factor com facilidade. Se são fãs da fórmula Dynasty Warriors ou do género anime, não deixem que esta experiência vos passe ao lado. A seguir a Omega Force vai pegar em Berserk. Venha ele!



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