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Freshlyground

Os waka waka, yeah, yeah!

Os Freshlyground são uma das bandas coqueluche da África do Sul. Talentosos, jovens e originais, encheram na passada semana uma das discotecas mais badaladas de Maputo, capital de Moçambique, levando ao rubro até os VIPs engravatados da varanda. Infelizmente, nem todos os que queriam lá estar puderam, pois o bilhete de 1000 meticais (cerca de 25 euros) foi totalmente impeditivo para quem não recebe mais de 5000 por mês. Mas não é disto que vos vou falar, não hoje.

Vou falar-vos antes de uma estória de sucesso que começou em 2002. Os Freshlyground são uma banda constituída por sete músicos de diversos países – África do Sul, Moçambique e Zimbabué – e backgrounds. Liderados pela mini, mas mágica, Zolani Mahola na voz, são conhecidos pelas suas actuações ao vivo que não deixam ninguém indiferente e os têm conduzido ao sucesso por onde passam. Há quem diga que ouvi-los é sentir a força da natureza colada a nós, com instrumentos que complementam danças improvisadas, numa performance que cresce ao ritmo das sonoridades. É África no seu melhor. Este espectáculo não é possível sem a precursão de Peter Cohen e a bateria de Josh Hawks, o violino da peculiar Kyla Smith, a guitarra de Júlio Sigauque, órgão de Seredal Scheepers e o mix de sopros de Simon Atweel, com a flauta, a mbira (quem tiver curiosidade é espreitar wikipédia, por favor), o saxofone e a harmónica.

É esta diversidade e amor à música que transformam a sua sonoridade em doses de magia e alegram o dia-a-dia dos seus fãs que estão sempre atentos às novidades.

Se pensarmos na África do Sul e nas suas desigualdades sociais e raciais, é impossível não sorrir ao vê-las nos seus antípodas, na harmonia da música em simbiose com a revindicação de mais direitos para África e para o mundo no geral. “Robert Mugabe is a chicken and we don’t want any chickens”, grita Zolani a certa altura do concerto em Maputo. E o público aplaude, ora eufórico ora apreensivo por algum sinal de censura que possa pairar no ar. Afinal, a democracia em Moçambique ainda é tema débil.

O primeiro álbum dos Freshly, “Jika Jika”, foi lançado em 2003 pela sua própria produtora, Freeground Records, e foi desde logo um sucesso. Imediatamente no ano seguinte, foi «Doobe Doo» o êxito do ano, a música mais tocada nas rádios sul-africanas. Seguiram-se os singles «Iʼd Like», «Zithande», «Things Have Changed» e várias faixas do álbum “Nomvula”.

Já em 2006 vem o ano do reconhecimento internacional com o prémio da MTV Europe Awards, na categoria de “Best African Acts”. Os Freshlyground conseguiram assim a consolidação do seu sucesso, ao mesmo tempo que puderam levar a cultura sul-africana a todo o mundo. A “Nomvula” segue-se “Ma Cherie”, o terceiro álbum e o single «Pot Belly», mais uma música dos Freshly a pegar moda.

Passados três anos, as suas quatro digressões na Europa esgotaram, bem como na China, Estados Unidos e Canadá. Dava-se a consagração, não só internacional como nacional, com a ajuda do hit «Fire is low», uma canção de amor à distância que aqueceu o South African Top 50 National Chart durante mais de 10 semanas, esta última inclusive.

Mas a apoteose veio mesmo o ano passado com o Mundial de futebol. A jogar em casa, os Freshlyground colaboraram com Shakira na música «Waka Waka – This time for Africa», a música oficial do Campeonato Mundial de 2010. O Waka waka, como foi imortalizado, foi e continua a ser entoado por biliões de pessoas em todo o mundo, dando-lhes uma visibilidade e cobertura mediática únicas. Quem nunca dançou esta música, está na altura de ir ver Freshlyfround ao vivo. Ou ir directo ao youtube. Afinal, nem toda a gente tem esta ginga africana. E ainda bem.



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