Ladytron

Witching Hour.

O Regresso de uma das mais poderosas máquinas pop britânicas. Com um pezinho no shoegaze e outro nas pistas de dança.

Há muito se anunciava este “Witching Hour”, novo disco de originais dos Ladytron. Como? Olhando para a discografia passada da banda, vislumbravam-se pistas para um grande álbum, mas a verdade é que tal vinha sendo adiado. Até hoje.

Os Ladytron são originários de Liverpool e são formados por Daniel Blunt, Reuben Wu, Helena Marnie, e Mira Aroyo. Dois rapazes, duas raparigas. Com “Witching Hour” os Ladytron conseguem a proeza de colocar a terra do Anfield Road de novo no mapa obrigatório do roteiro pop de 2005. “604”, álbum de estreia editado em 2001, e “Light and Magic”, do ano seguinte, já antecipavam uma banda perto do estado de graça, mas só com este novo “Witching Hour” os Ladytron conseguem formar a sua verdadeira identidade, polir as arestas que formam toda a sua sonoridade.

Cruzamento de My Bloody Valentine em quinta velocidade com uma certa synth pop tipicamente britânica, o som dos Ladytron é aqui fundamentalmente mais rock, mais agressivo, mais directo. “Witching Hour” consegue, contudo, manter os Ladytron como presença fundamental em pistas de dança, num cruzamento sonoro digno de registo. Quente, ardente, denso, intenso, o novo disco da banda compila um dos melhores conjuntos de temas pop/rock electrónicos dos últimos anos. É, de facto, O disco dos Ladytron. Desde a dureza rock de «High Rise», ao vício difícil de largar que é «International Dateline», passando pela vulnerabilidade depressiva de «Beauty*2», “Witching Hour” apresenta-se como o disco mais forte e coeso destes 4 de Liverpool (não, não confundir com os outros…).

E com tudo isto fica registado um dos mais felizes regressos de 2005, verdadeiro manual de como fabricar pop de elevada índole emocional em terrenos gélidos e, aparentemente, de difícil penetração emotiva. Mas não, nem toda a pop electrónica tem de ser cerebral e racional e os Ladytron conseguem em “Witching Hour”, fabricar um punhado de canções que vão marcar muito mais do que somente a sua carreira enquanto banda. Um disco para marcar um ano, um estilo e, quiçá, uma época.



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