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Matteah Baim e Domingo no Quarto @ ZdB

Lisboa, 20 de Novembro de 2009.

Matteah Baim está sozinha em palco. Aliás, não está mas é como se estivesse, porque a acompanhá-la tem uma senhora mais cheia e com cara de poucos amigos – sem certezas julgamos tê-la visto esboçar um sorriso – que a acompanha com sons manipulados num computador. Há um único instrumento em palco: guitarra eléctrica. Dois para os que consideram os sons vocais. E a voz é quase tudo para Matteah.

A artista testa o som sentada e sentada fica para o (curto) concerto na Zé dos Bois (ZdB), no passado dia 20 de Novembro. Os holofotes – ou luzes ou o que lhe quiserem chamar – apontam na sua direcção. Vamos pôr as coisas nestes termos: Matteah é qualquer coisa semelhante a um pároco que tem à sua frente um conjunto de seguidores sentados – e de pé – que assistem à sua missa cantada. Dito assim até parece perfeito. O problema está na ausência de empatia entre plateia e artista. As canções sucedem-se, mas é preciso mais qualquer coisa para que resultem ao vivo.

Há algumas coisas no mundo de Matteah que carecem de explicação: o porquê do formato do espectáculo (curto, pouco mais que meia hora) e a intrigante designação grunge que surge no myspace da artista. Ao contrário da música que popularizou Seattle, as letras de Matteah transmitem alguma esperança ou algo de positivo.

O encore foi de um minuto (se tanto) e trouxe «Bird Of Prey», momento de excepcional beleza incluído em “Laughing Boy”, o último disco. Tudo a despachar. Falta de canções, ensaios ou algo mais?

Antes, os Domingo No Quarto, duo português que interpreta clássicos do samba dando-lhes uma nova roupagem silenciaram a ZdB. Há guitarra eléctrica, acústica, slide e pandeireta (ou “Pandeiro” como diz a canção). A tímida vocalista, Mariana Ricardo, revela que o nervosismo a impedira de falar antes da quarta ou quinta canção. O que é normal tendo em conta que este foi o primeiro concerto dos Domingo No Quarto. Para a história, um ambiente intimista, a voz sussurrada de Mariana e um original instrumental de Manuel Dordio, a outra metade do duo, que, segundo o myspace, oriunda de locais tão dispares como Telheiras e Berlim.



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