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Natascha Stolle

Uma Hawaiana de origem, com Londres como pano de fundo e um futuro brilhante pela frente

Quando ouvimos Central Saint Martin’s School, é cada vez mais usual associarmos o nome a grandes talentos do corte e da grande costura. Tendo Londres como pano de fundo, Natascha Stolle terá sido mais uma daquelas grandes fornadas que, fechando as portas à escola, viu outras mil abrirem-se diante dos seus olhos, para mostrar aquilo que realmente valia.

E se mostrou.

Hawaiana de origem, foi cedo que Natascha se apercebeu que seria em Londres que a sua paixão e comprovado talento, seriam reconhecidos. Para a jovem estilista, “Londres é o melhor local do mundo para o apoio de jovens talentos”. Para além de outros aspectos, acrescenta que na terra de sua majestade ”são permitidas quebrar algumas regras, assim como a prática da experimentação, que noutros sítios dificilmente se conseguria. Também significa que os designers podem criar mais, sem medo de serem julgados por utilizarem o mesmo modelo que os “big boys”. O tipo de liberdade que irá atiçar sempre a inovação e pontos de vista mais frescos, mais jovens”.

Terminados e bem os estudos, um convite rapidamente surgiria para colocar a jovem designer na passerelle da moda. Peter Jensen, o aclamado estilista de origem Dinamarquesa estabelecido e consagrado em Londres, convida Natascha para trabalhar consigo, abrindo-lhe as portas do sucesso.

Após esta experiência inevitavelmente enriquecedora, estava dado o salto pare que a jovem criasse a sua primeira colecção, estreando-se em 2007 com a sua marca, simplesmente, Natascha Stolle.

A estilista, descreve a sua mulher, como sendo “divertida e descontraída, elegante e sem esforço”, o que, traduzindo para linguagem fashionista, seria a máxima mais difícil de alcançar “effortlessly chic”.

Pensando bem, é, nada mais nada menos, que o estilo de eleição da comunidade Londrina, o estilo que em tempos pertencia quase única e exclusivamente a uma Kate Moss ou mais tarde a uma Sienna Miller, mas que foi cada vez mais procurado pelos amantes da cidade mais versátil do panorama fashionista mundial.

Ainda na defesa do seu próprio estilo, a jovem designer acrescenta que tem uma atenção especial com os cortes descontraídos, os têxteis detalhados e conclui nos acessórios de rosto, contando que procura sempre passar uma linguagem específica no uso dos mesmos.

Na apresentação da sua colecção Primavera/Verão 09-10 na London Fashion Week, a principal imprensa internacional definiu-a como sendo uma mistura impressionante: não só algo “wearable” e original, mas também tão desejável como o tipo-de-colecção-que-se-quer-ser-na-próxima-estação. Que é como quem diz, uma estreia mais que garantida.

A presença num evento de tal dimensão, foi para a jovem estilista uma verdadeira maratona. Poucas horas de sono nos dias antecedentes e uma véspera passada entre engraxadelas de sapatos, verificação de centenas de botões e castings a modelos, a estilista conta que passou a noite antes do grande dia, a dormir num saco cama no chão junto à sua colecção. Duas horas para ser mais precisa. É o peso da responsabilidade de um lugar na semana da moda mais concorrida do panorama. Mas compensou.

A imprensa viu-se rendida à primeira vista. Como alguém já havia dito no cinema, a reacção foi do tipo “you had me at hello!”. Palete de cores que variava entre os pretos, brancos e cinzas e toques de laranja a contrastar, a colecção enchia-se de baggy tees de cortes torcidos e detalhados, como os nós na parte das costas e saias de cós elástico que subiam até ao peito. De forma a compensar as cinturas altas, jaquetas foram cortadas ou relaxadas ao extremo. O desfile terminou deixando a front-row de queixo caído, quando uma saia de seda plissada se transformou num elegantíssimo vestido que caiu em babados do joelho ao tornozelo.

O mood do desfile, acabava por nos transportar inevitavelmente aos 80’s mas melhorada, e nela abundavam peças que tinham tanto de nostálgicas como de contemporâneas. O toque final à les eighties reflectia-se no cabelo, despenteado q.b e despreocupado. E com a risca de lado, muito ao lado. Na maquilhagem, a aposta foi para um reforço de vermelho nos lábios e um look clean para o resto do rosto.

Lulu Kennedy, a grande responsável pela selecção e alinhamento do line-up no Fashion East, afirmou que a escolha de Natascha para o grande evento, prende-se com o simples facto das roupas da designer lhe despertarem uma certa vontade de ser sua amiga, para que lhas pudesse emprestar. Smart? Sem dúvida. Válido, diria!

Podemos afirmar então, com dados comprovados, que Natascha Stolle é um nome a não esquecer e que ainda vai dar muito que falar. Provavelmente, mais uma aquisição da Londres fashionista que se rendeu aos encantos da jovem americana. Para quem desejar encontrá-la ao vivo e a cores, fica a dica: Natascha Stolle confessa ter redescoberto Whitechapel e Brick Lane que ficam precisamente na zona do seu estúdio. Encontrem-na lá, caso contrário não nos resta senão contar os dias para a próxima Fashion Week.

E aguardamos, impacientes mas cheios de vontade.



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