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NOS Alive! 2024 | Dia 2 (12.07.2024)

The Heavy abriram de forma espectacular o segundo dia do NOS Alive, que terminou praticamente coma fabulosa estreia do australiano Genesis Owusu no Palco WTF Clubbing. Pelo meio, Michael Kiwanuka derreteu um Palco Heineken demasiado pequeno para si, e Jura deu (grande) voz ao seu trabalho.

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Texto por Álvaro Graça e fotografia por Graziela Costa.

A segunda jornada do NOS Alive 2024 foi iniciada, no Palco Heineken, pelos The Heavy, que mostraram indubitavelmente ser barra pesada (não resistimos a um trocadilho, ainda menos quando o mesmo faz jus à realidade!). A banda britânica foi atraindo uma maior massa humana (com destaque para a falange britânica que anualmente visita o festival) ao longo de uma actuação dedicada, recheada de soul, blues e algum funk embrulhados numa atitude rock, e projectados por um magnífico cicerone como é Kelvin Swaby.

Em seguida, no Coreto, Malva mostrou a filigrana das composições, num registo de voz e guitarra, que confirmou ainda mais a qualidade das mesmas. Uma escritora de canções de quem aguardamos mais novidades interessantes a curto prazo.

No palco secundário, o resto da tarde de sexta-feira concentrou-se nas sonoridades norte-americanas, num par de concertos muito bem frequentados e digeridos pela audiência. Primeiramente tivemos Larkin Poe, que nos remeteram a imaginação para uma Shania Twain munida de pedais de distorção. A dupla formada pelas manas Rebeca e Megan Lovell conjuga na perfeição a guitarra eléctrica com a lap steel, logrando colocar a plateia num cenário qualquer localizado em Nashville, onde as protagonistas vivem actualmente.

Entrou posteriormente em cena Nathaniel Rateliff, que tinha sido obrigado a cancelar na edição do ano passado, super bem acompanhado pela sua banda Night Sweats. Juntos em palco assinaram um belíssimo espectáculo de americana, com poucas falas, mas imensa música para apreciar, tanto com o coração como com as ancas.

Entretanto, o Palco WTF Clubbing prometia-nos Jüra e o seu longa-duração de estreia, «Sortaminha», e de facto não defraudou um milímetro. Foi um enorme exemplo da nova pop nacional, que está claramente em forma e num momento bem resplandecente, que se torna ainda mais evidente com a dedicação e vibração oferecida por uma artista destas. Um dos melhores momentos do dia.

Arlo Parks foi convocada à última hora para o NOS Alive 2024, devido ao cancelamento de Tyla, e avançou com claríssima confiança nas suas produções. O seu som, tendencialmente macio, foi bem embrulhado para enfrentar um palco com as dimensões do Palco NOS, e pena foi que o público não fosse mais conhecedor do seu excelente trabalho. Ainda assim, terá granjeado uma nova falange de seguidores, tendo sido um deleite assistir à cantora e poetisa desfrutar num enorme palco com os músicos que costumavam tocar no seu quarto há um par de anos.

Rumámos em direcção ao Palco Heineken, que obviamente se encontrava repleto para adorar um músico com o arcaboiço de talento de Michael Kiwanuka. Tendo em conta a impossibilidade de contar com Tyla, teria feito sentido transitar este concerto para o palco principal e colocar Arlo Parks no secundário, mas certamente haverá contingências que desconhecemos. O britânico aproveitou, por entre o vasto naipe de êxitos de excelência, para cantar «Floating Parade», lançada ao mundo nesse mesmo dia. «Cold Little Heart» e «Love & Hate» foram a recta final perfeita para um concerto calmamente apoteótico, e personalização na perfeição pela figura tranquila, mas a suar a rodos de Kiwanuka.

Na fase mais tardia do festival, sucedeu uma das revelações desta edição com a passagem de Genesis Owusu pelo Palco WTF Clubbing. Focando-se maioritariamente no álbum do ano passado, “Struggler”, o australiano firmou um concerto estrondoso nesta estreia em Portugal, apresentando-se sozinho em palco mas conseguindo preenchê-lo com grande estilo, quer nos instantes explosivos (relembrando uma onda à Sleaford Mods, entre outros) quer noutros mais baladeiros. O melhor elogio que podemos fazer é que soube a pouco, e ficávamos mais uma hora a escutá-lo.

 

Leiam aqui as reportagens do primeiro e terceiro dia do festival.



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