“O Pai Mais Horrível do Mundo” | João Miguel Tavares (textos) e João Fazenda (ilustrações)
Do amor incondicional
Para muito bom pequenote, os pais são uns grandes chatos. Usam a palavra “não” com demasiada frequência, não permitem brincadeiras alternativas – como fazer das paredes caseiras telas de pintura -, obrigam os pequenos a trabalhar desde cedo – arrumar brinquedos é coisa para gente crescida -, dedicam pouco tempo à causa maior da infância – a brincadeira -, gritam muito, instituem o recolher obrigatório numa cadência quase diária, fazem o papel de galo despertador com um sorriso nos lábios, dormem muito quando não devem e têm pouco sentido de humor.
Em “O Pai Mais Horrível do Mundo“, João Miguel Tavares coloca-se na pele de um puto reguila – e não serão todos os filhos uns putos reguilas? – que discorre sobre tudo aquilo que faz do seu pai o mais horrível de entre todos os pais que conhece.
Com uma história simples, acompanhada de ilustrações de João Fazenda que são de encher o olho e mostram o tumulto e a doçura do crescimento, João Miguel Tavares fala-nos do que é essa coisa da paternidade, em que as obrigações e as regras têm de coexistir com a ideia de brincadeira eterna. Além disso, “O Pai Mais Horrível do Mundo” é um bonito retrato do que une um pai a um filho: o amor incondicional. Uma excelente edição de A Esfera dos Livros.
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